Está a chegar o dia de Natal e com ele uma grande angústia para muitas pessoas.
Há quem teime interiormente viver no passado e nesta época faltam-lhe algumas pessoas que foram importantes para as suas vidas ou para o seu crescimento. Mas do passado só vêm recordações que se podem viver de uma forma positiva, dando vida à nossa vida, ou de uma forma mais sofredora porque a recordação é dolorosa.
A hipocrisia que vivemos neste mundo é demasiada para que possamos acreditar nos sorrisos do Natal.
É a guerra.
São os maus tratos
São as vigarices.
É a corrupção.
É o frio, é a fome, é viver na rua.
São vítimas de violações sexuais, de assédios…
São presidentes a usarem o povo, a ameaçar outros povos, a não quererem saber das graves mudanças climáticas.
São ministros corruptos, são deputados corruptos, são crianças roubadas, vendidas, refugiadas e sozinhas…
“Porque é que o povo não se agarra a esta revolta que sentimos com a corrupção e com a mentira e não faz uma revolução?” Perguntava um motorista de táxi.
Tanta coisa que tem acontecido, mas o que fica são as coisas más, é a imagem de um bombeiro, seis meses após o incêndio de Pedrógão, com sinais evidentes de grandes queimaduras.
Este bombeiro deu uma lição de vida a toda a gente, quis homenagear um colega que morreu, quer voltar a ser bombeiro…
“Sou eu e a Natureza / e a Natureza sou eu / as forças da Natureza nunca ninguém as venceu”.
O Natal vai e volta com mais ou menos crise, com mais ou menos hipocrisia o que parece não voltar é a capacidade dos adultos alimentarem nas nossas crianças a magia do Natal.
O Natal agora é o Hipermercado, e não aquele velhinho bondoso que passava o ano a fazer os brinquedos, com as suas renas que o levavam pelo céu até aos sapatinhos das crianças.
“Eu já sei que não há Pai Natal, quem compra os brinquedos são os nossos pais”.
O Natal, com magia ou sem magia, nunca chegou a todas as crianças. Fazem-se peditórios, dão-se brinquedos, mas não se reconhece os Direitos Humanos, nem os Direitos da Criança!