ESTÁ A CHEGAR O NATAL por Luísa Lobão Moniz

Está a chegar o dia de Natal e com ele uma grande angústia para muitas pessoas.

Há quem teime interiormente viver no passado e nesta época faltam-lhe algumas pessoas que foram importantes para as suas vidas ou para o seu crescimento. Mas do passado só vêm recordações que se podem viver de uma forma positiva, dando vida à nossa vida, ou de uma forma mais sofredora porque a recordação é dolorosa.

A hipocrisia que vivemos neste mundo é demasiada para que possamos acreditar nos sorrisos do Natal.

É a guerra.

São os maus tratos

São as vigarices.

É a corrupção.

É o frio, é a fome, é viver na rua.

São vítimas de violações sexuais, de assédios…

São presidentes a usarem o povo, a ameaçar outros povos, a não quererem saber das graves mudanças climáticas.

São ministros corruptos, são deputados corruptos, são crianças roubadas, vendidas, refugiadas e sozinhas…

“Porque é que o povo não se agarra a esta revolta que sentimos com a corrupção e com a mentira e não faz uma revolução?” Perguntava um motorista de táxi.

Tanta coisa que tem acontecido, mas o que fica são as coisas más, é a imagem de um bombeiro, seis meses após o incêndio de Pedrógão, com sinais evidentes de grandes queimaduras.

Este bombeiro deu uma lição de vida a toda a gente, quis homenagear um colega que morreu, quer voltar a ser bombeiro…

“Sou eu e a Natureza / e a Natureza sou eu / as forças da Natureza nunca ninguém as venceu”.

O Natal vai e volta com mais ou menos crise, com mais ou menos hipocrisia o que parece não voltar é a capacidade dos adultos alimentarem nas nossas crianças a magia do Natal.

O Natal agora é o Hipermercado, e não aquele velhinho bondoso que passava o ano a fazer os brinquedos, com as suas renas que o levavam pelo céu até aos sapatinhos das crianças.

“Eu já sei que não há Pai Natal, quem compra os brinquedos são os nossos pais”.

O Natal, com magia ou sem magia, nunca chegou a todas as crianças. Fazem-se peditórios, dão-se brinquedos, mas não se reconhece os Direitos Humanos, nem os Direitos da Criança!

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