SINAIS DE FOGO – “A GENTE VAMOS GANHAR” – por Soares Novais

 

sinais de fogo

A autora da frase que titula esta crónica é dona Dolores. A mãe do “melhor jogador do mundo”. Tal qual disse, por diversas vezes em conferência de Imprensa antes do jogo com a Áustria, o senhor-engenheiro-seleccionador

Dou de barato que o filho da dona Dolores seja “o melhor jogador do mundo”. Mas o que eu sei é que o filho da senhora, que agora é embaixadora da banana da Madeira, está a fazer um “Europeu” muito aquém do estatuto que lhe é atribuído pelo senhor-engenheiro-seleccionador; e por quase todos aqueles que vivem à custa de tão poderosa indústria.

O filho da dona Dolores está a jogar pouco. Falhou a transformação de uma grande penalidade que podia ter feito delirar a nação, e custa-me entender a razão pela qual tem de jogar sempre os 90 minutos de cada jogo.

Ou seja: “o melhor jogador do mundo” tem o direito a não estar no seu melhor momento, por lesão ou qualquer outra razão. Tal qual o senhor-engenheiro-seleccionador tem o direito – e já agora a obrigação! – de o substituir por outro cujo rendimento seja mais útil ao colectivo.

Tenho sérias dúvidas de que o senhor-engenheiro-seleccionador seja o homem certo para o lugar. A sua carreira como treinador é cinzenta, apesar do “penta” que conquistou ao serviço do FC Porto.

E também não quero acreditar que ele e o senhor presidente da Federação se limitem a cumprir as ordens do super-agente do “melhor do mundo”.

Isto apesar do filho da dona Dolores ser o centro de todos os salamaleques dos senhores da FPF, de ter um fisioterapeuta espanhol ao seu exclusivo serviço e de tudo girar à volta do seu umbigo…

Há dias, o presidente Marcelo considerou o primeiro-ministro António Costa  um “hiper-optimista” e disse que “o senhor engenheiro Fernando Santos” nunca está satisfeito, “mesmo quando ganha por 20-0”.

Peço desculpa, mas o senhor presidente enganou-se. O senhor-engenheiro-seleccionador nunca está satisfeito por uma simples razão: acredita pouco em si e treme que nem canas-verdes sempre que a selecção tem a obrigação de ganhar. Foi o que aconteceu frente à estreante Islândia e, sobretudo, frente à Áustria.

Agora, somos obrigados a vencer a Hungria. O senhor-engenheiro-seleccionador, que não gosta de revoluções, já afirmou que temos de “ganhar, ganhar” e dona Dolores também acredita que “a gente vamos ganhar”.

Por mim, apesar da frase “banana” da mãe do melhor do mundo, fico a torcer para que dona Dolores tenha razão.

Os portugueses que passam horas e horas à porta do local de estágio, que encheram o Parque dos Príncipes e vão lotar o estádio de Lyon merecem que os respeitem…

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