PRECÁRIOS INFLEXÍVEIS – HORAS DE TRABALHO VS. PRODUTIVIDADE

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26 de Janeiro de 2014

É usual relacionar-se o número de horas de trabalho com a produtividade de um país, no entanto e de acordo com dados publicados pelo Eurostat, gregos e portugueses são quem trabalha mais horas na União Europeia (Fig.1), mas em relação à produtividade, estes encontram-se em patamares inferiores (Fig.2).

horas

O atual Governo afirmou, erradamente, que Portugal tem uma carga horária demasiado curta e que esse seria o motivo para a baixa produtividade do país, por isso cortou nos feriados, cortou nos dias de férias, aumentou a carga horária semanal, entre outros. O que o Governo parece não querer entender é que, e de acordo com o estudo elaborado pela Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), “o número de horas trabalhadas é apenas uma variável em todo o processo produtivo, e apenas a articulação saudável entre as variáveis de produção (qualificações, horas trabalhadas, motivação, identificação pessoal com os objetivos organizacionais, adequação das Tecnologias de Informação e Comunicação aos conteúdos e postos de trabalho, etc…) e os modelos de organização do trabalho existentes poderá determinar melhorias na produtividade”. Assim, a produtividade depende mais do patrão, no sentido que uma melhor organização do trabalho, melhores métodos e melhores equipamentos determinam mais produtividade. Os trabalhadores há muito contribuem para esta melhoria da produtividade com uma aposta na formação, fazendo com que as habilitações médias dos trabalhadores sejam muito superiores às dos empregadores em Portugal.

Produtividade

A comprovar este estudo, encontra-se o Luxemburgo. Por um lado, é um dos países com menor carga horária semanal, mas, por outro lado é o que se encontra no topo em relação à produtividade.

A ideia de que quanto menor for a carga horária, maior é a produtividade, não é nova. De acordo com Adam Smith (filósofo e economista escocês), “O homem que for capaz de trabalhar moderadamente, assim como de trabalhar continuamente, não só mantém a sua saúde por mais tempo, como por ano executa uma maior quantidade de obras”.

Também Bertrand Russell (matemático, filósofo e lógico) argumentou que trabalhar menos garante “felicidade e alegria na vida, ao contrário de nervos desgastados, cansaço e indigestões”.

Notícia The Guardian aqui.

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