Bastaram duas notícias dos primeiros dias de Abril, para ficar bem mais consciente dos ingentes perigos das botas cardadas já dentro de portas nesta Europa tremebunda.
Logo no dia 1, o diário digital ‘Publico.es’ salienta em título na primeira página, “Un grupo de sacerdotes católicos polacos quema libros de Harry Potter por ser contrarios al *respeto a Dios*”. No corpo da notícia dá-se conta de uma autodenominada fundação ‘SMS do céu’, afirmar ser dessa maneira que se combatem a magia e os falsos deuses.
E entre as chamas puderam ver-se livros vários como os de Harry Potter e o ‘Fahrenheit 451’, talismãs, uma máscara de madeira africana, um bonequito do elefante da sorte e até um guarda-chuva cor-de-rosa da Hello Kitty.
Uma fogueira ‘em obediência a Deus’ explicou a tal fundação das mensagens, citando algumas frases da Bíblia para poder justificar tão heterogénea queima.
E há dias, disse-me uma pessoa amiga, quando as crianças iam a caminho das aulas da manhã num instituto em Lisboa, receberam minibíblias que alguém andava a distribuir. Algumas das mais pequenas levaram-nas mesmo para casa mas, nas turmas dos mais velhos, os professores recolheram e queimaram as minibíblias!
Apesar da distância, as duas fogueiras até poderiam evocar a sinistra ‘A noite dos cristais’, o advento de uma época trágica na Europa e no mundo, e consumada no Holocausto.
Foram assaltados milhares de comércios ligados aos judeus, queimando pertences e bibliotecas e os vidros partidos espalhados pelo chão a brilhar ao luar, foram a triste origem daquele nome
Em contracorrente e paradoxalmente, de acordo com uma notícia saída no ‘DN’ no dia 3, ‘Bolsonaro diz não ter dúvida de que o nazismo era de esquerda’.
Tudo deverá fazer parte de uma estratégia que vai do trumpismo ao brexit, passando por outros apeadeiros, aparentemente secundários, principalmente na Europa.
É onde actuam os extremistas italianos, húngaros, polacos, lepenistas da França e os casados e abascais, as cópias desses ultras em Espanha, porque ao falsificarem o passado, podem fazer crescer e potenciar o ódio todo que alimenta nacionalismos e populismos.
Não há nada de novo nesta estratégia! A História mostra bem o que aconteceu nos anos trinta do século passado.
Mas porquê agora, outra vez?
Nicolas Sartorios, político, jornalista e conhecido antifranquista, salientou esta preocupação numa entrevista recente pois ‘se fracassa a União Europeia, tudo estará em risco, a democracia, a prosperidade e o bem-estar que hoje tantos garantem estarem assegurados’
Mas os factos com que se iniciou Abril e deram origem a esta Carta, levaram-me ainda e sem consolo, a recordar Aristófanes, um dos muitos que garantiram e deram valia à nossa cultura.
Escreveu o poeta e dramaturgo grego, já em 400 anos A.C. ‘A juventude envelhece, a imaturidade é superada, a ignorância pode ser educada e a embriaguez passa, mas a estupidez dura para sempre’
E transmite-se!
António M. Oliveira
Não respeito as normas que o Acordo Ortográfico me quer impor
O ascenso do ideário nazi fascista só é possível devido à permissividade dos regimes ditos democráticos que tudo permitem, mesmo sabendo que no período pós II Guerra Mundial foi acordado pelos aliados o impedimento do regresso das ideias e comportamentos ligados às hordas nazis.
É o caso de atribuir-se uma qualquer virtude ao IVº Reich, isto é, ao que chamam UE.CLV
É isso que nos deve preocupar a todos!
Obrigado, Professor
A.O.
O ascenso do ideário nazi fascista só é possível devido à permissividade dos regimes ditos democráticos que tudo permitem, mesmo sabendo que no período pós II Guerra Mundial foi acordado pelos aliados o impedimento do regresso das ideias e comportamentos ligados às hordas nazis.