AS MULHERES E OS CURSOS SUPERIORES por clara castilho

Li umas referências sobre a primeira mulher a doutorar-se, em Pádua, no ano de… Isso fez-me pensar na situação actual na Europa, em que as estatísticas apontam que há mais mulheres do que homens a tirar cursos superiores.

Elena Piscopia (1646 – 1684), tendo estudo os clássicos em casa,  tentou formar-se na universidade de Pádua,  em teologia  e só conseguindo doutorar-se em Filosofia. Aos 32 anos de idade foi a primeira mulher no mundo a receber grau de doutorado.

 

Sendo membro de vários academias em todo a Europa, leccionou e deu aulas de música, de teologia, e composição, foi professora  de  matemática na universidade de Pádua em 1678. Seus escritos foram publicadas em 1688 em Parma, Italia após sua morte. Hoje os informes de Elena Piscopia é citado extensamente por outros mestres e escritores.

A universidade ao ser criada, por volta do século XIII, era destinada ao ensino dos homens. A partir da  Revolução Industrial,  a mulher começou a trabalhar fora de casa.

A entrada das mulheres na universidade começou nos Estados Unidos no ano de 1837, com a criação de universidades exclusivas para as mulheres, no estado de Ohi.

No Brasil, por exemplo, a primeira mulher a ingressar na universidade no Brasil, foi no estado da Bahia no ano de 1887, formando-se pela faculdade de medicina.

E em Portugal, o que aconteceu?  Pois, também aqui o acesso à universidade foi difícil e lento. Vejamos, algumas das situações mais conhecidas. E prestemos homenagem às que ousaram enfrentar as barreiras.

 

– Domitila de Carvalho (1871-1966) foi médica, professora, escritora e política, sendo a primeira mulher a frequentar a Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Matemática (1894), Filosofia (1895) e Medicina (1904).

– Por esta altura, Adelaide Cabete só com 22 anos fez o exame de instrução primária. E depois foi uma das pioneiras na Universidade, na maçonaria e no feminismo, tendo-se formado como médica.

– Maria Amélia Chaves, foi a primeira engenheira portuguesa.

 -Isabel Maria Gago, a primeira professora de uma escola de engenharia nacional, tendo entrado no Instituto Superior Técnico em 1933.

 – Sílvia Marília Costa ficou como a primeira catedrática em engenharia de Portugal.

 – Maria José Brito Estanco Machado da Luz (1905 – 1999) foi a primeira mulher portuguesa a licenciar-se em arquitectura.

Hoje, são favas contadas. Tirando as condições económicas necessárias, que implica poder não estar no mercado de trabalho, todos e todas podem aceder ao ensino.

 

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