T. S. Eliot (1888–1965), Nobel da Literatura em 1948, compôs uma importante obra poética em língua inglesa, de que The Waste Land (1922), viagem interior metaliterária, é exemplo maior. Publicado em 1939, Old Possum’s Book of Practical Cats é uma ode aos gatos – os objectivamente felinos, mas também os gatos simbólicos que habitam essa outridão de tantos humanos – que tem feito as delícias dos amantes da espécie, vindo a inspirar a famosa comédia musical Cats, de Andrew Lloyd Weber. Estreada em Londres em 1981, levou os gatos para a cena como nunca tinham sido vistos. Seres superlativamente literários, vários outros poetas se dedicaram já ao estudo metafísico dos gatos.
O livro de Eliot, obra-prima de amor e humor sobre os gatos (isto é, sobre quem imaginamos serem) contém em si a chama de transgressão e de aventura capaz de propiciar, sem infantilizar, o encontro entre as crianças e a arte. Misterioso e hedonista, o mundo dos gatos interpela o imaginário do público infantil através deste estudo poético, e cujo programa é formulado desde o início do espectáculo nesta adivinha: “Como dar nome aos gatos?”, considerando que têm vários, entre os quais um secreto e jamais confessado, “profundo e incontável”, e “que nenhuma investigação humana pode descobrir?”
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