ESTE FOLHETIM DA TRETA.
AI DE MIM, QUE NÃO SEI O QUE FAZER
OUTRA NOVELA IDIOTA ASSIM?
OLHA, RIMEI, MAS NÃO SOU POETA
JURO QUE FOI SEM QUERER.
O ESTRANHO CASO DO PASTOR ALEMÃO – Drama no Parque Eduardo VII
A chuva caía com mais intensidade. O inspector Pais, olhando com ar de preocupação para a rua, com o tráfego imenso deslizando sobre o asfalto molhado, aviou o último pastel da segunda vaga. Precisava de ir trabalhar, mas maais de uma centena de metros separava o café da sede da PJ – era uma boa molha…
Filipe aproveitou o silêncio para recapitular:
– Então a Celeste da oficina andava com o Igor, que era o chefe do bando de miúdos que actua no Parque Eduardo VII.
– Exactamente.
– E a Laura, mãe de um dos miúdos…
– O Salsa. O garoto chama-se Francisco, mas é conhecido pelo Salsa.
– E a mãe do Salsa, estava apaixonada pelo Igor…
– Nem mais. E telefonou para a PJ a denunciar o Igor e ficou de ir prestar declarações sobre a rede de prostituição de menores de que o Igor fazia parte.
– O Janelas, o Louca do Caldas qual era o papel dele?
– Era um cliente do Igor.
– E por que matou ele a Laura?…
– Não matou.
– Então?
O Pais recostou-se e semicerrou os olhos.
– Quem matou a Laura foi o Cabinda!
– O maluco de São Cristóvão?
– Esse mesmo.
– Porquê?
– Ora, porquê… Porque a Celeste o mandou.
– Mas a Laura antes de morrer falou na Louca do Caldas…
– Pois. O Janelas vai para o engate com uma cabeleira loura. Por isso no Parque é conhecido como a Catherine Deneuve. O Cabinda é fisicamente parecido, pôs uma cabeleira e a Laura, amicíssima do Janelas, deixou o maluco aproximar-se e enfiar-lhe a faca no gasganete.
– Como é que soube.
– O Cabinda contou tudo logo no primeiro interrogatório. – A Celeste quis evitar que a Laura prestasse declarações e contasse na polícia tudo o que sabia. – após uma pausa, perguntou – Lúcia Lima, diz-lhe alguma coisa?
Filipe ia responder, mas suspeitando de mais um qui pro quo, sorriu:
– É um chá.
O Pais fez um ar carrancudo. –
– Um chá? Você enlouqueceu? – e após uma pausa – esclareceu – Lúcia Lima era a esposa actua do comendador e era, junto do marido, o elemento de pressão para que editasse o livro do Franz Boagren…
– Era fiel da Igreja Luterana?
– Não. Era amante do Paralelo de Sousa.
O telemóvel de Filipe tocou. Atendeu:
– Sim, diga Marília… O quê? – as mãos tremeram-lhe – Vou já para aí.
O inspector estava curioso. Filipe explicou:
– Quando a Marília chegou e ia abrir a porta do escritório, tropeçou num corpo…
– Um corpo?
– Sim. O Janelas. Com a garganta cortada.
A seguir – Janelas, o travesti