por Rui Oliveira
Se a Segunda foi parca, esta Terça-feira, 9 de Abril (aniversário, lembremos, de uma premonitória “chacina” europeia na batalha de La Lys – Flandres, corria o ano de 1918 duma chamada Grande Guerra) irá ser paupérrima, a ponto de o evento de destaque voltar a ser praticamente o mesmo.
Assim, suscita curiosidade a nova actuação do Quarteto Casals no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, às 21h, pois que, para lá de prosseguir a nobre tarefa de interpretar a integralidade dos Quartetos para Cordas de Schubert (aqui na sua 6ª sessão), junta-lhe a interpretação de duas obras de Boccherini.
Composto (como dissémos ontem) por Vera Martinez, violino, Abel Tomàs, violino, Jonathan Brown, viola e Arnau Tomàs, violoncelo, tem nesta noite a participação adicional do violoncelista Eckart Runge (foto) para tocar o Quinteto do compositor italiano, colaborador, aliás, habitual do Quarteto Casals pois foi com ele e com o guitarrista Carles Trepat que a Harmonia Mundi gravou em 2011 o álbum de grande sucesso “Boccherini: La musica notturna delle strade di Madrid” (imagem junto).
Sobre Eckart Runge (violoncelo) pode dizer-se que é o fundador do prestigiado “Artemis Quartet”, presente regularmente nos mais importantes festivais e salas de concerto mundiais, mas que se interessa também por outros géneros e outras artes para além da música erudita, colaborando com os domínios do tango, jazz, teatro e cinema. Criou ainda, em 1998, o “cellproject”, cujo objectivo é divulgar música de câmara a um público mais jovem através de novos formatos de espectáculo, o que tem feito num duo com o pianista Jacques Ammon, com quem se apresenta frequentemente na Europa, Estados Unidos da América, Ásia e América do Sul.
O programa desta “Integral dos Quartetos para Cordas de Schubert VI” é, pois :
Luigi Boccherini Quarteto para Cordas, nº 5, op. 32
Quinteto para Cordas, nº 6, op. 30, Musica Notturna delle Strade di Madrid
Franz Schubert Quinteto para Cordas, D. 956
Lembramos-lhe (na impossibilidade de conseguir um excerto daquele CD) o conteúdo integral do, dito em italiano, Quintettino (como é usualmente designado) per archi in C major, op.30 n.6 G.324 “La musica notturna delle strade di Madrid” composto por Luigi Boccherini em 1780 e aqui tocado pelo “Quintetto Boccherini em 1975 :
Quanto a conferências/debates/cursos, noticiamos mais um Café Philo, regular debate quinzenal em francês promovido na Biblioteca do Institut Français de Portugal, que nesta Terça-feira, 9 de Abril, a partir das 19h, versará o tema :
“Avons-nous d’autres rêves que ceux dictés par notre société?”
Este debate filosófico aberto a todos sobre se “temos nós outros sonhos além daqueles que a nossa sociedade nos sugere?” será animado por Omar Belhassaïn, professor de filosofia no Liceu francês Charles Lepierre.
Lembramos também e por último que o Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, através dos seus grupos de investigação “Modelos Identitários” e “História Militar e das Relações Internacionais” organiza nesta Terça-feira, 9 de Abril, das 10h às 19h, com acesso livre, o II Seminário «Casamentos Régios: Planos, Negociações, Festejos», coordenado pelas Professoras Doutoras Ana Leal Faria, Ana Maria S. A. Rodrigues e Manuela Santos Silva, que decorrerá no Anfiteatro III da Faculdade de Letras (UL).
Na sessão da manhã os temas serão : Processos matrimoniais régios em finais do século XIV (Manuela Santos Silva); A teia. A política matrimonial da dinastia de Avis (as primeiras gerações) (Paula Rodrigues); A infanta D. Isabel e o seu casamento na casa ducal de Borgonha: 1397-1430 (Ana Paula Antunes); Os festejos do casamento de D. Leonor de Aragão em Castela e Portugal (Ana Maria Rodrigues) e O casamento de D. Henrique IV de Castela e D. Joana de Portugal (António Martins Costa).
Segue-se um debate livre.
À tarde ouvir-se-á : Esperanças nunca cumpridas: os projectos matrimoniais do infante D. Manuel de Bragança (Patrycja Milczanowska); Anatomia de uma Aliança Ibérica. Os casamentos entre os Infantes de Portugal e de Espanha (1725-1729) (Andreia da Silva Almeida); Os casamentos da família real portuguesa na segunda metade do século XVIII (Ana Leal de Faria) e Afirmação europeia de um monarca nos trópicos: os casamentos dos filhos de D. João VI (Nuno Castro Luís).
Segue-se o debate de encerramento.
(para as razões desta nova forma de Agenda ler aqui ; consultar a agenda de Domingo aqui)





Reblogged this on Das Culturas.