A FEIRA DO LIVRO DE LISBOA ABRIU ONTEM

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O nosso Livro & Livros de hoje, baseia-se em informações proporcionadas pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, entidade organizadora da Feira.

João Alvim, presidente da APEL, disse hoje que a edição deste ano “vai dar mais voz aos leitores”, que poderão participar em várias actividades como voluntários.As inscrições podem ser feitas “a partir desta semana”, em voluntariado@feiradolivrodelisboa.pt.

João Alvim afirmou que este programa se destina “a pessoas ligadas às letras, interessadas na leitura, nos livros e nos ambientes com autores e editores”, tendo sido disponibilizadas 30 vagas. Os voluntários vão apoiar, na mobilidade, visitantes com dificuldades, no espaço infantil e no jogo de xadrez gigante que será montado no Parque Eduardo VII, que volta a acolher a feira.

Este ano a feira altera a data de funcionamento, abrindo no dia 23 de maio, “cola-se às festas de Lisboa” e encerra no dia 10 de junho, retomando o calendário tradicional, antecipado para abril nas quatro últimas edições. O responsável justificou esta mudança confiando em melhores temperaturas, nomeadamente durante o período noturno. Outra alteração é nos horários, que passam a ser das 12h30 às 23h00, de segunda a quinta-feira; das 12h30 às 24h00, às sextas-feiras; das 11h00 às 24h00, aos sábados e vésperas de feriados, e das 11h00 às 23h00, aos domingos.

A feira associa-se à Conferência Literária de Edimburgo, “considerada a maior no mundo”, como afirmou João Alvim, realizando-se no certame duas sessões sob os títulos “Literatura pode ter caráter político” e “Romance. Qual é o seu futuro?”. Eduardo Boavida, da APEL, afirmou que “esta aproximação foi feita pelo British Council”, estando os representantes dos editores e livreiros “abertos a outras iniciativas do género”. As comunidades de leitores irão participar no âmbito do projeto das Bibliotecas Municipais de Lisboa, que este ano “reforçaram a componente infantil, e irão proporcionar um contacto direto com os editores nesta área”. Justificando esta opção, Susana Silvestre, da Divisão das Bibliotecas Municipais, disse que estas “estão a fomentar a literatura [infanto-juvenil] emergente”. A participação da Câmara de Lisboa inclui ainda diferentes serviços educativos, valências culturais da cidade e atividades nos museus da Cidade e da Marioneta e também no Padrão dos Descobrimentos. No Museu da Cidade está previsto realizar-se “o maior arraial das palavras” com a colocação de várias bandeirolas com palavras. Segundo Susana Silvestre, “já foram contactadas 3.000 escolas para participarem na iniciativa, e espera-se a colaboração dos visitantes da feira”.

Em termos de visitantes, o certame espera este ano ultrapassar a barreira do meio milhão, número do qual “se aproximou, no ano passado”, disse hoje Pedro Pereira Silva, da APEL. O mesmo responsável revelou que do universo de visitantes do ano passado, 70% procurou livros, enquanto 25% foram “à laia de passeio”.Eduardo Boavida afirmou que a planta da feira será “idêntica à do ano passado, com quatro praças centrais, mas com mais dois ‘lounges’, para as pessoas se sentirem à vontade com os amigos e beber uns ‘drinks'”..

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A 83.ª edição “tem praticamente o mesmo número de chancelas e editoras que a do ano passado, e também um orçamento idêntico para o qual a Câmara participou com cerca de 100.000 euros” disse João Alvim que sublinhou a “colaboração ativa” da autarquia.

2 Comments

  1. Muito obrigada pelas informaes preciosas sobre este espectacular evento . Que bom ter acesso ao horrio -j posso visitar na tera feira . Os meus parabns pela iniciativa do alargamento do horrio [?][?][?] Cordeais cumprimentos Maria S

  2. FEIRA DO LIVRO DE LISBOA
    As primeiras edições da Feira do Livro de Lisboa e do Porto, as mais antigas no nosso país, realizaram-se em 1931, por ação da então denominada Associação da Classe de Livreiros de Portugal, criada em 1927. Esta associação, que em 1974 viria a alterar a sua designação para a atual Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, era na altura presidida por Ventura Ledesma Abrantes, personalidade ilustre do meio editorial português que faleceu no Estoril, em Junho de 1956 (nasceu em OLIVENÇA, em 13 de Maio de 1883).

    HISTÓRIA DA VIDA DO HOMEM QUE “CONSTRUIU” A PRIMEIRA FEIRA DO LIVRO OFICIAL (E TINHA ESTADO NA COMISSÃO DE UMA PRIMEIRA PRÉ-OFICIAL) DE LISBOA (E DO PORTO).

    VENTURA LEDESMA ABRANTES
    1)PRIMÓRDIOS
    Ventura Ledesma Abrantes não nasceu em Lisboa, mas foi na capital portuguesa que desenvolveu a sua actividade criadora. Nela estabeleceu laços de amizade, se instalou como comerciante (mais concretamente como Livreiro e Editor), e, como veremos, foi escritor e polemista.
    Nasceu a 13 de Maio de 1883, em Olivença, numa casa ao lado da Porta do Calvário, e faleceu em 12 de Junho de 1956, no Estoril. Não foi um homem “acomodado”, antes pelo contrário, foi um lutador. A sua juventude foi atormentada por alguns precalços. Filho de um barbeiro de Olivença, pró-português, membro activo de um grupo que, localmente, lutava pela reintegração de Olivença em Portugal e pela manutenção da Cultura lusitana (História, Língua, Tradições) naquela cidade, acompanhou o seu pai no exílio. Na verdade, o pai de Ventura, atingido por represálias, e por vários anátemas , por parte das autoridades espanholas, veio com a família para Lisboa, por volta de 1903.
    Para além da família de Ventura Ledesma Abrantes, militavam então em Olivença, a favor de Portugal, entre outros, homens como Manuel Gonçalves Verão, Firmino Martins Rui, e Manuel Justo Gonçalves.
    Destes homens quase não se fala hoje. Mas de Ventura diz-se, ainda hoje em Olivença, que fugiu para Portugal por causa de um crime… ninguém especificando que esse “crime” foi simplesmente ser favorável a Portugal… mesmo porque ninguém é disso informado…
    2)UM HOMEM DE (MUITA) CULTURA
    Ventura Ledesma Abrantes, livre das pressões a que fora sujeito na sua terra, lançou-se em inúmeras actividades, normalmente de carácter cultural. Era um homem irrequieto, um diletante, um entusiasta.
    Vemos Ledesma Abrantes, em 1911-1912, associado à criação da UNIVERSIDADE LIVRE DE LISBOA (obra, fundamentalmente, de Reinaldo Ferreira). Depois, encontramo-lo na LUTUOSA NACIONAL, com sede no Porto.
    A ele se deve a abertura, em 1931, da PRIMEIRA FEIRA DO LIVRO DE LISBOA COM CARÁCTER OFICIAL ( houve uma edição em 1930, mas oriunda de iniciativas privadas ). Ele mesmo era o Presidente da ASSOCIAÇÃO DE CLASSE DOS LIVREIROS DE PORTUGAL, embrião, após várias metamorfoses, da actual A.P.E.L. ( Ass. Port. de Edit. e Livreiros ). Ventura Ledesma Abrantes tinha uma livraria, que era também uma Casa Editora, na Rua do Alecrim (n.º 80 e 82), que fechou as suas portas dois anos antes da sua morte.
    Não se limitava a vender livros. Foi membro activo de uma das mais notáveis tertúlias do Chiado, mais concretamente daquela de que foram também membros TEÓFILO BRAGA, EGAS MONIZ, e ANTÓNIO SARDINHA.
    Não foi por acaso, portanto, que Ventura Ledesma Abrantes editou livros importantes, como a “VIDA SEXUAL-FISIOLOGIA E PATOLOGIA” , de EGAS MONIZ ( livro que mais ninguém quis editar por se considerar o tema imoral… ) , “IN MEMORIAM”, de Camilo Castelo Branco, “VIDA E OBRA DE JÚLIO DINIS”, de Egas Moniz também, “COMO PERDEMOS OLIVENÇA”, de Queirós Veloso. Usou o pseudónimo de João Coelho para responder em polémica à obra “PALAVRAS CÍNICAS”, de A. Forjaz de Sampaio (1884-1949), “diálogo” que ficou célebre na época.
    Foi membro da então selectiva SOCIEDADE DE GEOGRAFIA DE LISBOA, e ainda da ASSOCIAÇÃO DE ARQUEÓLOGOS PORTUGUESES. Escrevia fluentemente, e colaborou em vários jornais e revistas de Lisboa e do Porto. Distinguido várias vezes, foi condecorado com a Ordem Militar de Cristo.
    Porque era logicamente um entusiasta por Olivença, acabou por, ao cabo de muitos anos de trabalho independente, ser obrigado a procurar emprego, por ter gasto tudo o que amealhara em livros e folhetos, fomentando organizações, custeando em Lisboa o estudo de muitos oliventinos, ajudando-os como pode durante a Guerra de 1936-39, etc.
    3)UMA ORGANIZAÇÃO MAL COMPREENDIDA
    Em 15 de Agosto de 1938, fundou, com o então tenente HUMBERTO DELGADO, com Amadeu Rodrigues Pires, e Francisco Sousa Lamy, a Sociedade Pró-Olivença, embrião do futuro Grupo dos Amigos de Olivença, nome que teve a partir da sua semi-legalização, em 21 de Novembro de 1945. Esta organização, ao longo da sua História, conheceu várias vissicitudes e direccções/orientações. Foi, principalmente, denegrida, ignorada… e quase proibida. A sua legalização só foi completada depois do 25 de Abril de 1974, pois os seus estatutos ficaram “suspensos” ! Curiosamente, Ventura Ledesma Abrantes veio a abandonar o grupo logo pouco depois de 1945.
    Convém referir que, ao contrário do que muita gente diz nos nossos dias, Salazar não gostou da Associação que, pela sua linguagem obrigatoriamente anticolonialista, punha em causa a própria orientação da política portuguesa de então. A denúncia de uma situação que tinha tudo de colonial, com repressão cultural e linguística, passando por acções de dispersão de populações, ameaças, e até prisões (uma discreta “limpeza étnica”, ao fim e ao cabo), levou Salazar a criar uma atmosfera de isolamento em torno do grupo, presumindo-se que por isso nunca permitiu a aprovação dos estatutos. A organização era TOLERADA, MAS COM FRIEZA. O Ministro da Defesa, Santos Costa, foi mais longe, ameaçando passar compulsivamente à Reserva Militar qualquer membro das forças armadas que se ligasse aos Amigos de Olivença.
    Os diplomatas franquistas em Lisboa conotavam o Grupo como sendo de Oposição ao Regime, principalmente depois que o M.U.D., em 1945, apoiou as suas reivindicações. Na verdade, pelos Amigos de Olivença passaram muitos intelectuais e homens de acção, muitos deles oposicionistas: Queirós Veloso, Ramos e Costa, Paulo Caratão Soromenho, Humberto Delgado, Matos Sequeira, Sidónio Muralha, Veiga de Macedo, João Pereira da Rosa, Tomé Feteira, Mascarenhas Barreto, Hernâni Cidade (seu Presidente até 1975), e outros. É só por uma cruel ironia da História que análises pouco cuidadas (e preconceituosas) insistam em identificar os “Amigos de Olivença” com extremismos vários, principalmente de Direita, apoiando-se somente em alguns episódios (que os houve !) menos felizes ou menos claros.
    4)A LUTA POR UMA CIDADANIA
    Como é de calcular, Ventura Ledesma Abrantes fez parte do CONSELHO REGIONAL da CASA DO ALENTEJO durante muitos anos consecutivos. Na década de 1930, foi nomeado representante de Portugal nas Exposições Livreiras de Sevilha, Barcelona, e Florença.
    Uma grande luta que travou foi a de conseguir a Nacionalidade Portuguesa de forma natural, e nunca como “espanhol naturalizado”. Após uma polémica legal com o Poder do Estado Novo que, confrontado com pareceres jurídicos favoráveis à pretenção de Ventura Ledesma Abrantes, procurava sempre eximir-se ao cumprimento da Lei e à concessão da referida nacionalidade, um aliado surpreendente resolveu a questão: Cavaleiro Ferreira, Ministro da Justiça entre 1944 e 1954. Foi promulgada legislação, mais ou menos ainda em vigor, que dava aos oliventinos o direito de cidadania portuguesa, com a averbação no Bilhete de Identidade da expressão “nascido em Olivença, Portugal. Tal preceito era, mesmo assim, um tanto dúbio, pois empurrava a decisão final para o ministro da Justiça. Vale a pena citar a Lei ( Artigo 117, L. 37 666, 19 de Dezembro de 1949): ” Fora dos casos de naturalização, é da competência do Ministro da Justiça decidir as questões relativas à legalidade da aquisição, perda, ou reaquisição da nacionalidade portuguesa ou esclarecer as dúvidas que a esse respeito se suscitarem; # único. Das decisões do Ministro cabe recurso para o Supremo Tribunal Administrativo, nos termos da lei geral.”
    Diz-se que Salazar, mesmo assim, ainda hesitou em colocar a sua assinatura. Estranha forma de ser nacionalista, na verdade…
    5)O ESCRITOR VENTURA LEDESMA ABRANTES
    Mas…Ventura Ledesma Abrantes foi principalmente um escritor. A sua Bibliografia, extensíssima, é quase toda dedicada a Olivença. Lidava com facilidade surpreendente com a língua (portuguesa) materna, de uma forma quase apaixonada.
    A lista dos seus livros, mais ou menos completa, porque há obras menores, é a seguinte: “Saudades da Terra das Oliveira”(1932); “Olivença a Gloriosa”(1933); “De Olivença a Marvão”(1934; este livro valeu-lhe uma homenagem da Câmara Municipal de Marvão); “A Santa Casa da Misericórdia da Vila de Olivença”(1940); “A Não Esquecida”(1943); “A Noite do Menino nas Terras de D. João II “(1943); “A DEfesa da Porta do Calvário da Vila de Olivença”(1944); “Olivença, a Sombra da Saudade”(1949); “Anais da Velha Vila de Olivença”(1951); “Crónica Histórica e Bibliográfica da Vila de Olivença”(1946); “O PATRIMÓNIO DA SERENÍSSIMA CASA DE BRAGANÇA EM OLIVENÇA”(1954).
    A última obra atrás referida de Ventura Ledesma Abrantes é, digamos assim, a sua grande “conclusão”… mesmo porque faleceu dois anos depois. Mas é mais porque se trata de uma gigantesca e completíssima monografia, com mais de 500 páginas, uma das melhores existentes em língua portuguesa, e que talvez não fosse má idéia reeditar. É visível que Ventura Ledesma Abrantes compreendeu que o Franquismo ia destruir mais profunda e radicalmente do que até então sucedera as raízes e a vivência lusitanas em Olivença, pelo que o seu livro descreve o maior número possível de aspectos, História, e características, mesmo as menos visíveis, da Cidade, para que não se pudesse negar uma realidade que talvez fosse deixar de existir.
    6)O RECONHECIMENTO DE UMA OBRA
    Ventura Ledesma Abrantes morreu mais ou menos ignorado. O Estado Novo, no qual, devido ao seu nacionalismo, depositara decerto esperanças para a recuperação de Olivença para a soberania portuguesa, decerto o desiludiu. A sua obra, ainda que propalada, era-o discretamente, pois constituía um embaraço diplomático constante, tanto ou mais do que a sua actividade frenética de publicista, orador, homem de acção.
    Ledesma Abrantes era um Romântico. Acreditava na “pureza” do povo, e, republicano, preferia cidadãos a súbditos. Tendia para correntes conservadoras, mas foi, acima de tudo, um inconformado. Acreditou na sinceridade das intenções de muita gente, e foi quase sempre iludido.
    Postumamente, um anátema parece continuar a persegui-lo. O seu nome foi quase esquecido em Portugal e na cidade de Lisboa que ele tanto amou. Em Olivença, mesmo após a Restauração da Democracia em Espanha em 1975, o seu nome é pouco citado, e é-o ainda depreciativamente. No excelente Museu Municipal de Olivença está exposto um painel de azulujos oriundo da sua casa no Estoril, desaparecido em 2003, mas recolocado em 2011. Reza assim:

    ESCUTA

    NESTA CASAL VIVE A VENTURA E A ESPERANÇA
    DA HISTÓRIA PÁTRIA ! NÃO PERTURBES A SUA PAZ !

    SE ÉS MEU AMIGO – DEUS TE GUIE !
    SE ÉS PORTUGUÊS – DEUS TE GUARDE !
    SE ÉS ALENTEJANO – DEUS TE SALVE !
    MAS SE ÉS DE OLIVENÇA !

    ENTRA, MEU IRMÃO – ESTA CASA É SEMPRE TUA !

    AQUI VIVE-SE JUNTO AO CÉU
    A ALMA ALIMENTA-SE DA IMPONDERÁVEL FÉ !
    O CORAÇÃO SONHA E ADORMECE
    OLHANDO O MAE…

    É A SAUDADE LUSÍADA DO PASSADO !
    É O CULTO DA PÁTRIA, QUE SÓ DEUS MANTÉM INALTERAVELMENTE !
    É PORTUGAL, AQUECENDO O PEITO AO FOGO DOS CÂNTICOS DE CAMÕES
    É O PENSAMENTO MÍSTICO DA ALMA
    É A FÉ DO PATRONO_NUN`ÁLVARES !

    LAUS DEOS
    CASAL OLIVENTINO
    OLIVENÇA – PORTUGAL

    Só após uma luta de quatro anos o Homem a quem se devem mais conhecimentos sobre a Cultura Oliventina da Primeira Metade do Século XX, cultura inegavelmente portuguesa, e que foi uma figura de intelectual de inegável grandeza em Lisboa, viu o seu nome dado a uma artéria desta cidade, após votação unânime da Câmara Respectiva em 30 de Dezembro de 1997, próximo do Estádio de Alvalade, da Quinta do Lambert, e da Avenida Marechal Craveiro Lopes.
    Lisboa, que ele tanto amou, e a Cultura Portuguesa, deviam-lhe isso. A verdade e a justiça prevaleceram sobre o preconceito.
    Aproxima-se agora o cinquentenário da morte de Ventura Ledesma Abrantes. Em 12 de Junho deste ano de 2006. Poder-se-á deixar passar em branco esta efeméride ? Não se deverá prosseguir na via do…”RECONHECIMENTO DE UMA OBRA ?
    Estremoz, texto revisto em 13 de Março de 2006
    Carlos Eduardo da Cruz Luna, Prof. História
    Rua General Humberto Delgado, 22, R/c 7100-123-ESTREMOZ 268322697 939425126 carlosluna@iol.pt
    Contribuição de textos elaborados por António Manuel Bandeira de Oliveira, Vítor Luís Eleutério, e Mário Ventura Henriques

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