Alfredo acabara de medir agora a tensão ao Aníbal, o jovem empregado da esplanada:
– 70/120 – estás porreiro – disse para Aníbal que, agradecendo se levantou e foi atender um casal que acabara de chegar.
Distraidamente, Fragoso sentou-se no lugar deixado vago pelo rapaz e estendeu o braço direito como se medir a tensão fosse coisa obrigatória. Todos riram, menos o tenente que olhou com ar pensativo primeiro para António e Alfredo e depois para a braçadeira que o médico lhe punha, ajustando-a com o fecho de velcro. Disse:
– É verdade. O exame preliminar da balística aponta para essa conclusão – o sargento Francisco Costa e o general foram mortos pela mesma arma.
– O que destrói a teoria de que o general teria sido atingido por uma bala perdida – disse António.
– Não destrói, mas põe em causa essa teoria. Falta saber se a bala que atingiu o Sr. Manolo foi disparada pela mesma arma. O inspector Ramos está no Funchal e foi ao hospital recolher os dois projécteis.
Um cão que parecia ser da casa, veio farejar as perna a Alfredo.
– O que queres, ó jagunço? – Alfredo fez uma festa na cabeçorra do rafeiro.
– Se calhar o Jymmi também quer medir a tensão! – disse Mary do balcão enquanto tirava os cafés para o casal recém-chegado.
Riram todos. O toque de um telemóvel interrompeu o riso. Mas logo, ao atentarem na frase musical que o toque repetia, , houve nova gargalhada – era o «ser benfiquista»… Alfredo atendeu. O sorriso foi desaparecendo. Agradeceu e desligou.