Fórum Precariedade e Desemprego
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No arranque deste novo ano, 2014, a Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis relembra as ideias e o debate proporcionados pelo Fórum Precariedade e Desemprego, iniciativa que juntou experiências muito diferentes com o objectivo de contribuir para pensar e organizar o combate a dois dos maiores problemas da sociedade portuguesa: a precariedade e o desemprego.Do fórum saíram três resoluções: uma acção internacional no dia 1 de dezembro, dia europeu contra a precariedade (ver aqui); o lançamento de um canal de denúncias e informação detalhada para apoiar quem trabalha a recibos verdes (ver aqui); lançamos um debate nacional para juntar ideias e força para garantir que nenhuma pessoa desempregada fica sem apoio no desemprego e propomos que os recursos orçamentais para suportar esta medida sejam coletados junto das empresas que maiores lucros fazem como resultado da precariedade e desemprego(ver aqui). Continuaremos a lutar pelos direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores precários/as e desempregados/as e a contribuir para juntar forças e ideias numa luta comum. Junta-te a nós! Intervenção de encerramento do Fórum (aqui). |
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Vídeos e fotogaleria
Publicado em 28/12/2013
Para Sandra Monteiro, jornalista, o desemprego e a precariedade são estruturais a um projeto neoliberal e não uma fatalidade desse projecto. Para a jornalista, o carácter pretensamente a-histórico do projeto neoliberal afunila o campo dos possíveis e por isso é anti-democrático porque nega a política no campo das escolhas e precisa da desestruturação do trabalho para o fazer. Assim, na sua opinião, é preciso colocar ainda uma questão: o desemprego e a precariedade são os eixos que atacam a sustentabilidade do Estado Social e a sua defesa implica atacar estes problemas.
Publicado em 09/12/2013
Na sua intervenção durante o Fórum Precariedade e Desemprego, Mário Nogueira da FENPROF considerou que o projeto de aumento da precariedade e do desemprego vem de longe e que não vale a pena o atual governo escudar-se na troika, pois o projeto é seu. Depois o sindicalista descreveu o processo de precarização e de desemprego maciço que os professores sofreram. Primeiro foram precarizados nas AEC’s e nos contratos anuais e depois despedidos pelo Ministro Crato. Nos professores houve 3 estágios deste processo: primeiro estabilidade foi transformada em precariedade e depois a precariedade em desemprego e agora desemprego em expulsão da profissão e do país.
Publicado em 02/01/2014
José Soeiro, sociólogo, explorou as alterações na organização do trabalho e como essas alterações estão a fazer a diferença nas maneiras como se tem organizado a luta social. O futuro fechado que os jovens sentem tem reflexo sobre a intervenção social que é possível, é necessário — na opinião do sociólogo — abrir o futuro como uma referência de esperança. Mas isso só poderá ser realizado se houver espaços em que quem é afetado pelo desemprego e pela precariedade se pode encontrar para trocar ideias, visto que hoje já é difícil fazer esse encontro e partilha dentro das empresas, até pela tão alta rotação de trabalhadores que muitas realizam.
Publicado em 01/01/2014
Ilona Kóvacs — socióloga e professora universitária — abordou o problema do discurso dominante, o discurso oficial que ouvimos todos os dias e que nos diz que o problema do desemprego é um problema individual e logo responsabilidade do problema. Já a precariedade no discurso dominante não existe, na visão da socióloga — visto que é substituida por palavras como “novas formas de trabalho” ou “colaborador”. A socióloga indicou que a flexibilização do trabalho é a base da empresa que se diz “ideal”, pós burocrática, e que só têm trabalhadores do núcleo central da empresa. Supostamente isto seria mais democrático por ser em rede, mas na verdade os trabalhadores de outsourcing sofrem ainda mais e recebem ainda menos. É preciso então uma defesa do fator trabalho até porque há um sub-aproveitamento da formação porque segmentos crescentes da população, até mais jovem, são empurrados para fora da economia.
Publicado em 04/11/2013