A Lagoa de Santo André fica na costa alentejana, no concelho de Santiago do Cacém. Está isolada do mar por um cordão de dunas, e a ligação ao mar tem de ser renovada anualmente por meios artificiais. Em conjunto com a vizinha Lagoa da Sancha, está integrada numa Reserva Natural de grande importância, que visa assegurar a preservação de um conjunto de ecossistemas litorais e sub-litorais. A Lagoa de Santo André estende-se por uma área de cerca de 170 hectares, que no inverno podem chegar a 350. O comprimento vai até 5 quilómetros, e o perímetro é de cerca de 12 quilómetros. A profundidade é reduzida, não ultrapassando na maior parte da extensão 2 metros.
A biodiversidade na zona é muito importante. A lagoa tem um considerável abastecimento de nutrientes e a renovação de oxigénio é regular, mas a prevenção de distrofias depende claramente da manutenção da ligação ao mar. Estão identificadas quase 300 espécies de vertebrados que frequentam a zona, na terra e na água. Por exemplo o pato de bico vermelho (netta rufina), em Portugal, só nidifica aqui (ver imagem abaixo). Também a vegetação inclui espécies endémicas. Todo o conjunto é afectado pela prática intensiva do turismo e dos desportos naúticos, importantes para a economia da região, mas com peso importante no equilíbrio natural, que requer ser acautelado. O clima pode ser classificado como sub-tropical, com invernos chuvosos. É importante a influência dos ventos do norte.
A ligação da Lagoa de Santo André ao mar é renovada todos os anos. Vejam o vídeo abaixo:
Obrigado a Paulo Chaves e ao youtube
Texto que acompanha o vídeo acima apresentado, de 15 de Março de 2012
Abertura ao mar da Lagoa de Santo André – Santiago do Cacém – Portugal em 7 de março de 2012.
A Lagoa de Santo André (Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha) foi aberta ao mar, cumprindo a tradição. A acção foi promovida pelo ICNB (Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade).
A abertura ao mar promove a renovação das águas da Lagoa e a exportação de matéria orgânica e nutrientes para o mar, diminuindo os processos de assoreamento, de crescimento excessivo de plantas e algas, bem como da carência de oxigénio.
Por outro lado, a Lagoa recebe peixes e invertebrados de origem marinha, que garantem a continuidade da actividade piscatória no interior da lagoa e a utilização balnear das águas junto à margem norte, no Verão.
( Este filme foi captado com uma pequena câmara digital compacta. )
Obrigado a todos os que tornaram possível este trabalho. Peço desculpa de não os referir a todos, tantos são.
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Ver:
http://www.icnf.pt/portal/turnatur/visit-ap/rn/rnlsas/inf-ger
http://www.avesnest.com/spc/area_view/7281/
http://terrasdeportugal.wikidot.com/santo-andre-santiago-do-cacem