PALESTRA SOBRE DOMINGOS REBELO, HOJE, 8 DE NOVEMBRO, às 15 horas, EM LAGOA, S. MIGUEL, AÇORES por Clara Castilho

Foi a Câmara Municipal de Lagoa, através da Biblioteca Municipal Tomaz Borba Vieira, que a organizou, para dar a conhecer algumas das obras de um pintor de referência dos Açores através das palavras do seu neto Jorge Rebêlo.

Será abordada a carreira artística de Domingos Rebêlo apresentando ao público interveniente um conjunto de trabalhos originais do pintor que incluem várias técnicas como desenho a lápis, carvão, pastel, aguarela, gravura e matriz de gravura em linóleo. O pintor valorizava o popular e a autenticidade da cultura do seu povo e manteve este movimento vivo no seu espírito. Podemos ver o amor pela sua terra, os costumes, as tradições e usos, a humildade do povo, as crenças religiosas, entre outros aspetos.

domingos rebelo

Jorge Rebelo propôs-se a tarefa de recolher de tudo o que se relacionasse com a obra de seu avô. O labor com que a esta proposta se dedica é visível nos inúmeros ficheiros que tem no computador, nas relações que vai fazendo entre as várias pistas que vai encontrando, entre fotos de família, quadros, entre testemunhos de vida de outras pessoas e as cartas que possui, a informação e fotos que recolhe em viagens a locais onde o avô estudou e habitou.

 DOMINGOS REBELO

Nasceu em Ponta Delgada a 3 de Dezembro de 1891 e faleceu em Lisboa a 11 de Janeiro de 1975. Com o apoio de individualidades açorianas que lhe reconheceram o valor, foi prosseguir os seus estudos em Paris, com 15 anos de idade e onde permanecu durante seis anos. Frequentou várias Academias e foi discípulo de mestres parisienses Conviveu com grandes nomes da pintura portuguesa que iam passando por Paris, como Amadeu de Sousa Cardoso, Santa Rita Pintor, Emmerico Nunes, Dórdio Gomes, Eduardo Viana, Manuel Bentes e Pedro Cruz. Foi nesse meio artístico, onde se fazia sentir a originalidade dos modernistas Pauls Cèzanne, Henru Matisse e Amadeo Modigliani que Domingos Rebelo aperfeiçoou a sua formação técnica.

Foi autor de algumas das imagens mais emblemáticas da iconografia dos Açores, com destaque para Os Emigrantes.

Entre os vários prémios que recebeu destacam-se os «Silva Porto» e «Roque Gameiro» assim como a Medalha de Honra da Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa. Está representado nos Museus de Arte Contemporânea de Lisboa, nos de Viseu e de Caldas da Rainha, no de Arte de Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian e no de Carlos Machado em Ponta Delgada

Para mim começou por ser o Tio Domingos, um velhinho de cabelos brancos que era o marido da Tia Fifi, irmã de minha avó. E com ar de quem vivia na lua… Quando me afagava a cabeça, ficava sempre a duvidar se ele sabia quem eu era…

Fui crescendo e percebendo o respeito com que outras pessoas falavam dele, encaixando o que ele fazia e tinha feito. Mas continuava o lado afectivo das visitas à sua casa de Alvalade, onde, para além da doçura, era recebida com línguas de gato e rebuçados de hortelã pimenta.

 

 

Leave a Reply