EDITORIAL –  OS CASOS PT E TAP

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A primeira daquelas empresas foi privatizada pelo governo de José Sócrates e quanto à segunda estamos perante um esforço do governo Passos/Portas de conseguir a sua privatização o mais breve que possível. Os dramas que atravessa a primeira estão obviamente a influenciar a privatização da segunda. E é compreensível uma preocupação crescente   da opinião pública com esta matéria. Ambas as companhias prestam serviços importantes ao país: a desaparição ou uma alteração significativa na prestação de serviços de uma delas trará inevitavelmente problemas aos portugueses.

As teorias do (neo)liberalismo económico, que dominam a cena internacional há cerca de quarenta anos, preconizam a alienação dos bens públicos, nomeadamente dos mais rentáveis, invocando as vantagens da gestão privada sobre a pública. Esta tem sido a cartilha dos governos portugueses sobretudo desde a entrada do nosso país para a União Europeia. A vassourada que levámos da troika veio agravar ainda mais a situação.

É sabido que as privatizações foram feitas com condições que estarão contidas em documentos (serão os “cadernos de encargos”) assinados pelas partes. Esses documentos são pouco conhecidos do grande público, devido à sua divulgação restrita e à complexidade do conteúdo. É mais do que tempo de os responsáveis públicos e a comunicação social assumirem as suas responsabilidades em levarem ao conhecimento dos portugueses as implicações das privatizações das companhias que prestam serviços essenciais ao país. Da PT, da EDP, REN, etc. Agora vem a TAP, e amanhã as águas. Se alguma, ou algumas destas companhias deixar de existir, no meio de compras, vendas, fusões, falências e não se sabe que mais, quais poderão ser as consequências para os portugueses?

 

 

 

 

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