Em 4 de Março de 1394, nasceu no Porto o Infante D. Henrique, príncipe português considerado o grande impulsionador dos Descobrimentos portugueses, que morreu no dia 13 de Novembro de 1460 em Sagres. Quinto filho de D. João I e de D, Filipa de Lencastre, passou à História com o cognome de o Infante de Sagres ou de Henrique, o Navegador.
À esquerda, D. Henrique – iluminura da Crónica dos Feitos da Guiné, de Gomes Eanes de Zurara (conservada na Biblioteca Nacional de Paris). O cronista, que foi contemporâneo do Infante, no capítulo IV, descreve-o nestas palavras: «[…] este nobre príncipe houve a estatura do corpo em boa grandeza, e foi homem de carnadura grossa e de largos e fortes membros; a cabeladura havia un taanto alevantada; a cor de natureza branca, mas pela continuação do trabalho por tempo tornou doutra forma». É talvez a figura histórica portuguesa mais conhecida internacionalmente, sendo-lhe atribuído um papel no empreendimento dos Descobrimentos que talvez não tenha tido. A existência da escola que teria criado em Sagres, é contestada por muitos historiadores. Mito e ciência histórica não coincidem. O Infante D. Henrique, no imaginário popular, simboliza a gesta dos Descobrimentos portugueses – Fernando Pessoa, na sua poesia ortónima O Infante (in Mensagem), diz:
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!