No Centro Cultural de Belém dia 24 de Abril às 21,30 Concerto de Abertura do Programa “DIAS DA MÚSICA NO CCB”

 No CCB – Grande Auditório – dia 24 de Abril às 21,30:

 

Concerto de Abertura

Orquestra Sinfónica Metropolitana

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Orquestra Sinfónica Metropolitana
Pedro Amaral direção musical
Anna Fedorova piano

Programa

Richard Strauss Assim Falava Zaratustra
Filmes: 2001 Odisseia no Espaço; 2010: O Ano do Contacto; As Meninas de Beverly Hills; Linda de Morrer; House!; Magnolia; O Meu Marciano Favorito; New Guy; UP the Roof; Zoolander; Casino; Looking for an Echo; Homem na Lua; Rugrats: O Filme; Pequenos Guerreiros; Os Ladrões do Tempo; Toy Story 2 – Em Busca de Woody; Amigos e Detetives

Sergei Rachmaninov Concerto para Piano n.º 2
Filmes No Centro do Palco; Rhapsody; O Sétimo Véu; Breve Encontro; O Pecado Mora Ao Lado

Richard Strauss Suite do Cavaleiro da Rosa
Filmes O Cavaleiro da Rosa A.I.: Inteligência Artificial

Já existia música para cinema antes de este ter sido inventado. O paradoxo desta afirmação permite enquadrar certeiramente o programa que dá início à presente edição dos Dias da Música em Belém. Uma importante parcela da música que se fez e se ouviu ao longo da História assume características eminentemente funcionais; para dançar, para enaltecer ocasiões cerimoniosas, como exemplos. É também muito significativa a fatia de repertório de pendor idealista, em que os compositores buscaram o fundamento das suas obras no conhecimento teórico e na elaboração formal. Há ainda géneros musicais com manifesta disposição expressiva, que favorecem a afetação emocional dos ouvintes, capazes de referenciarem prontamente ambientes e estados de ânimo, de impor imaginários que nos imergem inadvertidamente em vivências extramusicais. São estes últimos que mais frequentemente contribuem para a sétima arte.
Em sentido contrário, também é certo que o cinema acrescenta às partituras cargas contextuais e simbólicas que estas antes desconheciam. Quantos de nós têm dificuldade em dissociar os primeiro acordes de Assim falou Zaratustra, de Richard Strauss, dos minutos iniciais do filme 2001 – Odisseia no espaço, de Stanley Kubrick? Trata-se, no entanto, de um poema sinfónico escrito em 1896, numa tradição, antecedida por músicos como Liszt, em que a música se deixava sugestionar por pinturas e por textos literários. Neste caso, evoca-se o tratado homónimo de Friedrich Nietzsche. Os ensinamentos agnosticistas de um profeta, que surge aqui ficcionado, impulsionaram Strauss a demarcar-se da exaltação metafísica que havia dominado a estética musical no século XIX. Por seu turno, a música da ópera O Cavaleiro da Rosa viu ser-lhe traçada pela mão do próprio compositor uma relação mais próxima do cinema. Em 1926, quinze anos depois de ter sido estreada em Dresden, esta história de amor contada com ironia foi adaptada num filme mudo austríaco. R. Strauss dirigiu a orquestra nesta segunda ocasião.
Completa o programa o segundo concerto para piano e orquestra de Sergei Rachmaninov, no qual se pode ouvir uma das mais belas melodias de sempre. Foi estreado pelo próprio compositor russo na condição de solista, em novembro de 1910 na cidade de Moscovo. Desde então, o dramatismo que o distingue tem servido muitos realizadores, como Clint Eastwood em Outra Vida, de 2010, ou Billy Wilder em O Pecado Mora ao Lado, de 1955, com a memorável Marilyn Monroe.
A música é um aliado da ilusão. Torna mais intensa a experiência cinematográfica e contribui muitas vezes para a tornar mais convincente. Passa frequentemente despercebida pelo espetador, tão focado este está nas ações que se passam na tela. Uma vez devolvida à sala de concertos, procura semelhante efeito, desta vez com outros filmes, que agora passam na imaginação de cada um de nós.
por Rui Campos Leitão

Preço 10,5€
Galerias 6€
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