Meio Corpo é um “divertimento” ou, para soar um pouco mais francês, uma “heterotopia”. Criado muito livremente a partir de um texto inédito de Jacinto Lucas Pires para o Ensemble – Sociedade de Actores, a mais recente criação cénica de Ricardo Pais encena um sonho simultaneamente antiquado e high tech: uma espécie de computador gigante concentra uma série de personagens em busca de convivência dramática, formas de interação “surpreendentes e mesmo… fixes” promovidas por um Autor que quer fazer das várias histórias e traumas “um evento capaz de nos ler a todos e a cada um diferentemente”. A este Autor-gestor-de-eventos-e-animador-de-escritas opõe-se uma misteriosaBig Sister, cujo discurso se esforça por não deixar espaço a qualquer arbítrio. Entre o totalitarismo informativo desta criatura orwelliana e as pretensões de uma literatura roubada à imaginação de cada um, joga-se à cabra-cega metafísica e à permissividade. Um cocktail em traje escuro obrigatório, piano de cauda, música tecno e outros efeitos especiais.
“A partir de um texto de Jacinto Lucas Pires, Ricardo Pais e o Ensemble criaram uma parábola sobre a verdade da arte.” João Carneiro, Expresso, 7Mar2015.
um espetáculo de Ricardo Pais
pelo Ensemble – Sociedade de Actores, versão livre de Igual ao Mundo, de Jacinto Lucas Pires
encenação de Ricardo Pais
cenografia de Pedro Tudela
figurinos de Bernardo Monteiro
música de Ricardo Pinto
desenho de luz de Rui Simão
desenho de som de Joel Azevedo
assistência de encenação de Manuel Tur
interpretação de: Emília Silvestre, Jorge Pinto, João Castro, Luís Araújo, Simão Do Vale, António Parra e Ricardo Pinto
coprodução de Ensemble – Sociedade de Actores, Centro Cultural de Belém, Teatro Viriato, TNSJ
estreia
7Mar2015 CCB (Lisboa)
dur. aprox.
1:30
M/12 anos