EDITORIAL- ONDE COMEÇA A POBREZA? NA FALTA DE ALIMENTAÇÃO?

A alimentação nem sempre é a adequada e por muitas razões. Segurança logo editorialalimentar significa o acesso por todos os membros de uma família, a alimentos suficiente para uma vida activa e saudável. O conceito de “insegurança alimentar” implica o não acesso regular e permanente à alimentação em quantidade e qualidade adequadas.

A Direcção Geral de Saúde, no seu relatório “Portugal – Alimentação Saudável em Números 2015”, acaba por analisar a insegurança alimentar dos portugueses, depois de contactar a desigualdade na prevalência das doenças atribuída a factores de ordem socioeconómica, o que acarreta enormes desafios para a intervenção na área da saúde pública em particular em anos de crise económica e de agravamento das desigualdades sociais. Ressalta: “É de esperar que a actual situação de instabilidade económica, caracterizada pelas elevadas taxas de desemprego, aumentos consideráveis ao nível da carga fiscal com impacto também no que se refere ao preço dos alimentos e a redução de salários e dos apoios sociais prestados pelo Estado, tenha um impacto considerável nos índices de pobreza e desigualdades sociais em Portugal. Implementou em 2011 um estudo, INFOFAMÍLIA: Estudo de avaliação da segurança alimentar e outras questões de saúde relacionadas com condições económicas em agregados familiares portugueses, considerando as possíveis consequências da actual crise económica em Portugal nas condições de acesso a uma alimentação saudável. Relativamente ao ano de 2014, os dados apontam para uma situação de Insegurança Alimentar Ligeira de 29,7%, seguido da Insegurança Alimentar Moderada (9,5%) e por fim da Insegurança Alimentar Grave (6,6%). De acordo com a percepção do inquirido acerca dos motivos pelos quais se verificaram alterações no padrão alimentar, a falta de dinheiro foi apontada como a principal razão para “nem sempre comer o suficiente” (22,8%) e para “nem sempre ter os alimentos que quer ou precisa” (24,7%).

O estudo pode ser lido em file:///D:/Downloads/i022246%20(2).pdf

Desde 2014 que a Oikos, em parceria com a Direcção Geral de Saúde e o Instituto Superior de Agronomia, tem trabalhado num projecto que se propunha a olhar para Alimentação em Portugal de forma integrada: desde o conhecimento, à saúde, à sustentabilidade. Nos seus estudos a Oikos, como último ponto, considera necessário: “A revisão dos instrumentos de assistência alimentar, nomeadamente através do estabelecimento de um “Rendimento Adequado a uma Alimentação Saudável”, com base nos resultados dos estudos técnicos divulgados na Conferência no projecto «Integrar para Alimentar», e progressiva introdução de um sistema de pagamentos electrónicos que facilite a autonomia dos beneficiários, a transparência dos dinheiros públicos, o aproveitamento de sinergias entre mecanismos de assistência e de apoio à produção e comércio de proximidade.”

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