Carta do Rio – 100 por Rachel Gutiérrez

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Tivemos um espetáculo deprimente no domingo, 17 de abril, quando a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff foi votada e aprovada na Câmara dos Deputados, em Brasília. O que ficou claramente demonstrado é que o nível dos nossos representantes é assustadoramente baixo. Além de maltratarem a nossa bela língua, não parecem ter o mínimo de compostura que se espera de parlamentares federais.

Agora, o processo chega ao Senado. E no Senado tudo indica que  há políticos mais corretos e melhor preparados, para nosso alívio e um tímido renascer da esperança.

Ora, um dos senadores mais lúcidos e mais sérios deste país é  Cristovam Buarque, engenheiro mecânico, economista, educador, professor universitário, ex-reitor da Universidade de Brasília, ex-ministro da Educação, ex-governador do Distrito Federal –  quando criou a Bolsa-Escola, escritor e atual senador pelo PPS, além de encarnar o quase quixotesco defensor incansável da Educação transformadora.

Peço licença aos meus poucos leitores, portanto, para passar a palavra ao político que mais admiro e respeito e em quem votaria, sem hesitar um segundo, se ele fosse o próximo candidato à Presidência da República  – o que infelizmente é pouco provável, ou quase impossível.

Cristovam Buarque concedeu esta entrevista ao jornalista Roberto d’Ávila, há poucos dias, antes da presidente Dilma viajar aos Estados Unidos para assinar, pelo Brasil, as resoluções da ONU, na Conferência Internacional sobre o Clima. Lá, como foi amplamente noticiado, Dilma, advertida sobre a inconveniência de fazer um discurso sobre o que ela chama de “golpe”, limitou-se a mencionar a difícil crise que o Brasil enfrenta. Mas quando entrevistada por jornalistas, voltou a se apresentar como vítima de uma conspiração que ameaçaria a nossa democracia (cantada em loas momentos antes, no discurso oficial). Ela não se conteve e voltou à mesma tecla do golpe e da traição. Chegou até mesmo a afirmar que recorrerá ao Mercosul e à Anasul “para que, segundo ela, ‘o processo democrático’ seja garantido.”

Muito melhor, porém, do que nos preocuparmos com os comportamentos erráticos e as declarações desconexas da presidente é ouvirmos um homem de bem, o digno representante desta República e dos cidadãos brasileiros. Com a palavra, o Senador Cristovam Buarque:

 

 

1 Comment

  1. Gostei de saber que a divulgação da entrevista foi ótima, a ponto da Viagem reapresentá-la no dia 27/04.
    Fico feliz porque considero o Senador Buarque o porta-voz do que o Brasil tem de melhor,

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