Álvaro Manuel Soares Guerra, escritor, político, diplomata e jornalista, nasceu em Vila Franca de Xira. Estudou em em Lisboa e, mais tarde, na Sorbonne, em Paris. Combateu na guerra colonial, tendo sido ferido e regressado a Portugal, para depois seguir para França. O seu primeiro romance, Os Mastins, uma alegoria da sociedade que tínhamos sob a égide salazarista é publicado em 1966, com um prefácio de Alves Redol. Seguem-se O Disfarce (1969), uma denúncia da guerra colonial, A Lebre (1970), livros de contos e outros romances, num total de 14 obras, incluindo a trilogia Café República, Café Central e Café 25 de Abril, entre 1982 e 1984, em que já utiliza processos mais convencionais de narração. Com Crónicas Jugoslavas (1996), inspirado na sua experiência como diplomata, vence o Grande Prémio da Crónica da Associação Portuguesa de Escritores.
No Jardim das Paixões Extintas (2002) é a sua obra final. Álvaro Guerra foi também argumentista de cinema, com Fernando Matos Silva, para o filme O Mal-Amado (1972), em que também desempenha um pequeno papel. Como jornalista, trabalhou no República, participou na fundação de A Luta, e esteve na Direcção de Informação da RTP. Teve uma participação activa na vida política, desde a colaboração com o MFA na preparação do 25 de Abril de 1974, até à sua longa carreira diplomática, desde a Suécia e da antiga Jugoslávia, até ao Zaire e á Índia.
Álvaro Guerra faleceu a 18 de Abril de 2002, em Vila Franca de Xira, na sequência de complicações cardíacas.