António Lobo Antunes nasceu em Lisboa no dia 1 de Setembro de 1942 e é actualmente considerado como um dos mais importantes autores da literatura portuguesa dos séculos XX e XXI.
Licenciado em Medicina, como o pai e outros dois irmãos, escolheu a psiquiatria. Disse ele ao Expresso, no dia 19.02.2017: “Acabei por ir para psiquiatria, quando vim da guerra, e gostei. Foi por influência de um homem, o João dos Santos, que foi quem introduziu a psiquiatria pediátrica em Portugal. Dava umas sessões aos sábados, às oito de manhã, no Hospital de Santa Maria. E eu, que detesto levantar-me cedo e que não ia às aulas a essa hora, ia às sessões dele. Aparecia um homem qualquer na consulta e ele falava com ele. Como o homem tinha uma loja de brinquedos só falavam de brinquedos. O doente saía e o doutor reconstruía a história daquele homem desde a infância. Estava tudo ali. Pensei, bolas, também quero ser bruxo! Mas ser como o doutor João dos Santos era uma coisa muito difícil. Agora, que lhe dava um certo conhecimento do outro…”
Entre os anos de 1970 e 1973 fez a guerra colonial, assunto que é muito abordado nas suas obras, tendo mesmo vários livros em que este é o assunto principal.
Estreou-se com “Memória de Elefante” e “Os Cús de Judas”, em 1979, obras que tiveram êxito imediato junto do público e da crítica. Escreveu mais de 30 livros, desde romances, poesia, e mais tarde crónicas publicadas na imprensa que têm sido reunidas em coletâneas. É um dos escritores portugueses mais traduzidos e lidos internacionalmente, tendo recebido numerosos prémios.
“Nós não inventamos nada. Quando estamos a fazer um livro estamos a falar de nós mesmos. É você que está no livro, através daquelas vozes. Ou melhor, é apenas uma voz.”
No dia 27 de Outubro de 2013, no Centro Cultural de Belém, que lhe era dedicado, Maria Alzira Seixas lembrou que ALA disse várias vezes que gostaria de inventar uma nova forma de escrever, uma nova forma de arrumar as palavras. E que afirmara:
“Quando lemos um bom escritor é para nos conhecermos a nós mesmos”.