CARLOS REIS – LISBOA DESAPARECIDA

 

Lisboa desaparecida: 35 belíssimos edifícios que já não existem

 

Lojas, apartamentos e um hotel de luxo. Isto é o que vai nascer no quarteirão da Pastelaria Suíça

Rita Neto

© Swipe News, SA

 

A pastelaria suíça

Comprado há cerca de um ano, este quarteirão no Rossio viu vários dos pequenos negócios ali localizados há décadas encerrarem as suas portas. Desde então, praticamente nada foi feito, mas isso vai mudar em breve. Os mais de 60 milhões de euros que a Jackyl pagou pelos vários prédios estão prestes a pôr “mãos à obra”. Lojas, escritórios, apartamentos ou até um hotel de luxo. Isto é o que vai nascer na praça D. Pedro IV, em Lisboa, revelou ao ECO o fundador da empresa, Blake Loveless. Mas tudo “sem arrancar a alma ao Rossio”.

Edifício da antiga Pastelaria Suíça, no Rossio © Swipe News, SA

Foi com choque que muitos lisboetas receberam a notícia de que a Pastelaria Suíça iria fechar — e fechou mesmo. O edifício tinha sido comprado por um fundo e, na altura, Rafael Nadal foi mesmo apontado como um dos investidores. Mas não era. “Ele [o reconhecido tenista espanhol] não tem nada a ver connosco. É absolutamente mentira”, diz ao ECO o fundador da Jackyl.

Quem o comprou foi o fundo britânico de Loveless, que pagou 62 milhões de euros por este famoso quarteirão da capital portuguesa com cerca de 12 mil metros quadrados. Apesar de levar ao encerramento da histórica pastelaria, o novo dono reconhece que adquiriu “um edifício histórico”. “A Pérola do Rossio [uma mercearia], mantemo-la lá propositadamente porque não queremos mudar tudo. O edifício não vai ser exatamente como era, mas vamos pô-lo de maneira a que tudo continue a ser genuíno.”

Por isso, a ideia é restaurar o imóvel, mas “manter todas fachadas e sua componente histórica”.“É importante para nós que a alma da rua não seja alterada”, remata. Este é “um dos melhores quarteirões da Europa.”

“Estamos muito felizes e orgulhosos em sermos proprietários deste edifício. Somos sortudos. Já fiz vários negócios, mas este é um dos melhores imóveis da Europa“, afirma. Blake faz questão de sublinhar várias vezes que não quer “arrancar a alma ao Rossio”, mas que as “pessoas não sabem que estes edifícios estão a cair”. Enquanto mostra no telemóvel as fotografias do interior, onde é notório o mau estado do imóvel, o fundador justifica que o objetivo é “restaurar o Rossio” e “trazer de volta o verdadeiro centro de Lisboa”.

Embora admita que ainda está a estudar vários destinos para este quarteirão, as ideias em cima da mesa passam por lojas, escritórios, e, claro, uma componente turística: ou apartamentos, nos últimos andares, ou um hotel. “Se vier a ser um hotel, será num conceito de luxo. Se forem apartamentos, também serão dentro disso”, diz.

Edifício da antiga Pastelaria Suíça, no Rossio © Swipe News, SA

Leave a Reply