OBRIGADO A ALI ABUNIMAH E THE ELECTRONIC INTIFADA

I chose journalism to be close to people. It might not be easy to change the reality, but at least I could bring their voice to the world.
Escolhi o jornalismo para estar perto das pessoas. Pode não ser fácil mudar a realidade, mas pelo menos posso levar a voz delas até ao mundo.
Shireen Abu Akleh, in an Al Jazeera television segment[7]
(num programa de televisão da Al-Jazeera)
Obrigado à Wikipedia
(clicar mais abaixo)
Shireen Abu Akleh foi morta a tiro no passado dia 11 de Maio, quando fazia a cobertura jornalística de uma manifestação no campo de refugiados de Jenin, na margem ocidental do Jordão. Era natural de Jerusalém, e pertencia a uma família de árabes cristãos. Estudou em Jerusalém e na Jordânia. Formou-se em jornalismo, tendo a partir de 1997 trabalhado para a cadeia Al-Jazeera. Vivia e trabalhava em Jerusalém Oriental. Tinha a nacionalidade palestiniana e também a norte-americana. Fez reportagens sobre muitos acontecimentos importantes, como a Segunda Intifada, a batalha de Jenin em 2002, os sucessivos acontecimentos na Faixa de Gaza, o reatamento de relações entre o Egito e o Qatar. Fez muitas reportagens sobre os funerais de palestinianos mortos às mãos de israelitas.
Shireen Abu referiu por várias vezes estar a ser alvo de perseguição. As autoridades israelitas tentaram atribuir o seu assassinato aos palestinianos, mas sem sucesso. O seu funeral foi alvo de violenta repressão por parte das autoridades israelitas. A seguir apresentamos a tradução de um artigo de Ali Abunimah, publicado no jornal electrónico The Electronic Intifada.
Leia mais clicando em:
E leia também:
A emblemática correspondente da Al-Jazeera “A Voz da Palestina” foi morta durante um ataque israelita, por Ali Abunimah
The Electronic Intifada, 11 de Maio de 2022
Selecção, introdução, montagem e tradução de João Machado
A correspondente da Al Jazeera Shireen Abu Akleh foi alvejada mortalmente durante um ataque israelita na Margem Ocidental ocupada, de manhã cedo na quarta-feira, causando choque e emoção pela Palestina e pela região vizinha.
“Cometendo um crime trágico e deliberado que viola todas as leis e normas internacionais, as forças israelitas de ocupação assassinaram a sangue frio a nossa correspondente Shireen Abu Akleh,” disse a estação baseada no Qatar.
De início Israel acusou os palestinianos de serem responsáveis pela morte de Abu Akleh mas depois recuou quanto a estas acusações.
A morte de Shireen Abu Akleh foi anunciada pelo ministro da saúde palestiniano pouco depois de circularem vídeos on line mostrando o seu corpo inerte a ser transportado para um carro e evacuado.
A veterana correspondente “foi atingida por uma bala real na quarta-feira enquanto fazia a cobertura de ataques israelitas na cidade de Jenin e foi levada de urgência para o hospital em condição crítica, segundo e jornalistas da Al Jazeera”, segundo relatou a estação da rede de língua inglesa.
Shireen Abu Akleh, uma palestiniana que também detinha a nacionalidade norte-americana, quando foi morta usava um colete e um capacete indicando pertencer à imprensa. Tinha 51 anos.
***
(20) Dena Takruri (@Dena) / Twitter
The closest video of the #Israeli police suppressing the funeral procession of Shireen Abu Aqleh as the coffin was leaving the French hospital towards the cemetery pic.twitter.com/TaOsvCUUCd
— Rushdi Abualouf (@Rushdibbc) May 13, 2022
(20) Rushdi Abualouf no Twitter: “The closest video of the #Israeli police suppressing the funeral procession of Shireen Abu Aqleh as the coffin was leaving the French hospital towards the cemetery https://t.co/TaOsvCUUCd” / Twitter
Obrigado ao Rushdi Abualouf e à Dena Takruri
***
Outro jornalista, Ali Samoudi, foi atingido nas costas durante o mesmo incidente, tendo sido informado que se encontra numa condição estável.
Entrevistado na sua cama do hospital, Samoudi insistiu em que os jornalistas tinham sido deliberadamente visados por forças israelitas e em que na altura os palestinianos não usaram armas de fogo contra os soldados israelitas.
Samoudi disse que os jornalistas estavam numa área ao ar livre e que estariam perfeitamente visíveis para os soldados. Disse que não conseguia avistar quaisquer combatentes palestinianos ou mesmo civis na área, apenas soldados israelitas.
“Íamos filmar a operação do exército israelita e de repente atiraram contra nós sem nos terem dito para nos irmos embora ou para pararmos de filmar.” disse Samoudi. “A primeira bala acertou-me e a segunda a Shireen… não havia qualquer resistência militar palestiniana na zona”.
Shatha Hanaysha, outra jornalista que estava ao pé de Abu Akleh, também disse que não tinham ocorrido confrontações entre os combatentes palestinianos e o exército israelita e que os jornalistas tinham sido o alvo.
“Eramos quatro jornalistas, todos usávamos coletes, todos usávamos capacetes,” disse Hanaysha à Al Jazeera. “O exército de ocupação [israelita] não parou de atirar quando ela caiu. Nem conseguia estender um braço para a puxar por causa dos tiros. O exército foi inflexível em continuar a matar.”
Um vídeo transmitido pela Al Jazeera mostrando uma pessoa usando um colete à prova de bala com a inscrição “Press” e um capacete, caída no chão sem se movimentar, no qual se diz que mostra o rescaldo do assassinato de Abu Akleh.
Outra pessoa usando o mesmo tipo de vestimenta pode ser vista a agachar-se perto, enquanto palestinianos aproximam-se para prestar assistência.
Leia este texto no original clicando em:
Al Jazeera’s iconic “Voice of Palestine” killed during Israeli raid | The Electronic Intifada
Fundamental a divulgação destes crimes! Que diriam os media ocidentais, tão ocupados que andam a defender mais guerra, mais guerra, se Shireen fosse ucraniana tártara de origem germânica ou escandinava?