Federico García Lorca, (de seu nome completo Federico del Sagrado Corazón de Jesús García Lorca), nasceu em Fuente Vaqueros, perto de Granada. Pertenceu à chamada Geração de 27, que procurou impulsionar e modernizar a arte e a poesia no reino espanhol. García Lorca foi uma figura ímpar da poesia, do teatro, da arte e da cultura em geral. Transcrevemos a seguir o que sobre ele escreveu Manuel Simões, em García Lorca e Manuel da Fonseca, Dois Poetas em Confronto (cap. 2 Federico García Lorca: uma figura de romance, pág. 28, edição Cisalpino-Goliardica, 1979):
De vida agitada e impulsiva, foi também o principal impulsionador e inovador da sua época. Dizer que foi um escritor de vanguarda é pouco. Ele foi um agitador cultural, promotor de recitais, conferências, revistas literárias, até à fértil experiência do seu grupo de teatro ligado a “La Barraca”. A sua voz tinha o sortilégio dos que irresistivelmente se fazem amar, até que um dia, no decurso do Verão de 1936, na inocência sangrenta duma história pintada de morte, página branca de cinzas espalhadas sobre os campos, essa voz se quedou perplexamente assassinada. Entre Viznar e Alfacar (supõe-se), “pueblos” da sua Granada, o alvorecer daquele dia 19 de Agosto viu tombar o corpo do poeta, o sangue tingindo o sol branco da camisa.
Transcrevemos ainda a citação que Manuel Simões faz de Andrée Crabbé Rocha, García Lorca, Antologia Poética, Coimbra Editora, 1946, p. 26 (mesma referência):
“García Lorca não terá esgotado a funda e telúrica significação do seu recanto da Ibéria; mas a sua voz levou ao mundo desencantado o perfume inebriante, exótico e quase que místico duma terra onde a virgindade da cor permanece.”
E propomos que leiam o Romance Sonâmbulo, publicado em 1928:
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