O Dicionário de Educadores Portugueses” (ASA, 2003) deu-me a conhecer esta pedagoga (1904-1989), com formação diversificada – magistério primário, educação física, germânicas, estágios no estrangeiro de psicologia. Devido a ter tido dificuldade em entrar no ensino oficial, dedicou-se ao ensino especial. Exerceu funções no Instituo Aurélio da Costa Ferreira, na década de 40, sendo mesmo sua sub-directora. A pedido do seu director, Vitor Fontes, foi fazer um estágio em Zurique que irá influenciar o seu trabalho futuro. No relatório desse estágio,
refere-se às “questões sociais, explicando a sua importância para a compreensão e resolução dos problemas das “crianças anormais”. E acaba o seu relatório: “Finalmente, referindo mais de perto as necessidades dos serviços da Pedagogia Terapêutica no nosso País, para a boa assistência, tratamento e reeducação das nossas crianças anormais mentias, há que fazer no capítulo da profilaxia uma melhor preparação do nosso professorado das primeiras idades, no sentido duma ampla cultura da Psicologia infantil, levando assim os técnicos do ensino a uma actuação mais útil não só na criança, mas também na família.”
Tendo participado na consolidação do movimento médico-pedagógico em Portugal, expressou-se na revista “A Criança Portuguesa” e em muitas actividades cientificas e educativas. Revelou “uma atenção especial às questões da psicomotricidade, mas o seu trabalho cientifico é pautado por uma constante preocupação psicométrica, através de uma “medida”, baseada numa “observação” sistemática das crianças”, tendo construído a adaptação de diversos testes.
Dedicou-se ainda ao problema das crianças com deficiências auditivas. O seu percurso “acompanha a emergência de uma problemática nova nos meios científicos e pedagógicos portugueses da época”.