DÁ-NOS MÚSICA? A FUNDAÇÃO C.GULBENKIAN DÁ-NOS MUITO MAIS! Por clara castilho

No dia 22 de Outubro de 1962 ocorreu o primeiro concerto da recém-criada Orquestra de Câmara a Fundação Calouste Gulbenkian, no início constituída apenas por doze elementos (Cordas e Baixo Contínuo). Esta formação foi sendo progressivamente alargada, contando hoje  com um efectivo de sessenta e seis instrumentistas, que ocasionalmente é alargado de acordo com as exigências dos programas executados.

Em 1962 o intuito de contribuir para a “difusão da cultura musical, principalmente entre os jovens e em certos meios da província menos preparados para este género de realizações artísticas”. É de realçar que “desde sempre os compositores portugueses encontraram na Orquestra um veículo privilegiado da música que escrevem.”(Suplemento jornal “Publico”nº 8194)  Hoje, o repertório abrange todo o período Clássico, uma parte significativa da literatura orquestral do século XIX e muita da música do século XX.

O primeiro concerto foi no teatro D. Maria II, mas mais tarde era no teatro Tivoli, enquanto se edificava a futura sede, que se podia ouvir a sua orquestra. Nessa altura a minha presença era mais frequente do que agora. Não sei se gostava de ir porque de facto apreciava a música, ou se os motivos tinham mais a ver com a falta de outra actividade cultural.

Com o avançar da idade, outras experiências e outras sensações se tornaram mais apetecíveis. Com a entrada em democracia, Lisboa teve oportunidade de beneficiar da abertura a novos tipos de actividades. Hoje, olho para a Fundação Gulbenkian de outra forma. Para além do que ganho do ponto de vista cultural – com a música, com o museu e as exposições – vou seguindo iniciativas que só com o apoio desta Fundação se conseguem concretizar – as bibliotecas itinerantes e a Orquestra Gerações, por exemplo. O apoio a intervenções sociais e na área da saúde também não é de esquecer.

Desde 2008 que tenho podido beneficiar do seu apoio em projectos em que tenho estado envolvida. Concretamente, no trabalho do “Programa de Crianças e Jovens em Risco” que implementou, dirigido a pais destas crianças.

De facto, a Fundação Gulbenkian dá-nos muito mais do que música.

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