Pentacórdio para Sábado 3 de Novembro

por Rui Oliveira

 

 

 

   Num Sábado 3 de Novembro parco em grandes eventos a nossa escolha inicial vai para o Centro Cultural de Belém onde, às 21h no seu Pequeno Auditório, a Companhia Maior apresenta  “Iluminações” de Mónica Calle.

   Na sua apresentação é reproduzida parte de um texto de Rimbaud :

Uma bela manhã, num povo de gente adorável, um homem e uma mulher soberbos

 gritavam na praça pública: «Amigos, quero que ela seja rainha!» «Quero ser rainha!»

 Ela ria e tremia. Ele falava de revelação, de prova terminada. Desfaleciam nos braços um

do outro. efectivamente foram reis, por toda uma manhã, quando os véus carminados

E se ergueram sobre as casas, e por toda uma tarde, para os lados dos jardins de

 palmeiras.

   Contudo o vídeo de promoção de Patrícia Saramago é bem mais sugestivo do que os espectadores poderão ver sobre o palco cénico :

 

   A adaptação, encenação, espaço cénico e figurinos são de Mónica Calle, recolhendo o texto a partir de vários autores.

   Intervêm no espectáculo os artistas Ana Diaz, António Pedrosa, Carlos Nery, Celeste Melo, Cristina Gonçalves, Diana Coelho, Elisa Worm, Helena Marchand, Isabel Millet, Isabel Simões, Iva Delgado, Jorge Falé, Júlia Guerra, Kimberley Ribeiro, Luna Andermatt, Manuela de Sousa Rama, Michel Paula Bárcia, Vítor Lopes e Mónica Calle.

 

 

 

   Nesse Sábado 3 de Novembro há um Concerto Sinfónico (de entrada livre) na Sala dos Espelhos do Palácio Foz, às 21h30, onde a Orquestra Sinfónica Juvenil sob a direcção de Christopher Bochmann irá tocar obras (ainda a divulgar) dos seguintes compositores : Wolfgang  Amadeus Mozart,  Joseph Haydn e Ludwig van Beethoven.

   O som da Orquestra dirigida pelo seu actual maestro era este em 2009 no Largo de São Carlos :

 

 

 

   Nota importante : Realiza-se hoje (Quinta 1 de Novembro) igualmente na Sala dos Espelhos do Palácio Foz, às 18h (também com entrada livre), um Recital de Piano pela jovem pianista italiana Ilaria Loatelli (finalista do Grande Concurso Internacional de Piano de Sidney) que interpretará, à semelhança do que fará a 3/11 no Conservatório de Música de Coimbra, obras de Chopin, Debussy e Brahms, a saber :

      Frédéric Chopin  Sonata n.2 op.35

      Frédéric Chopin  Barcarolle op.60

      Claude Debussy  Etude n.1 “Poir les cinq doigts”, Etude n.2 “Pour les tierces”, Etude n.3 “Pour les quartes”

      Claude Debussy  L’isle joyeuse

      Johannes Brahms  Variações sobre um tema de Paganini op.35 (Livro 1 e 2)

 

   É possível ouvi-la aqui tocando em 2009 a Toccata op.11 de S. Prokofiev : http://youtu.be/nkDVjfPOqSY

 

 

 

   Também neste Sábado 3 de Novembro, embora em área bem diversa, os amadores de fado (e não só) poderão ouvir no Coliseu dos Recreios, às 21h30, a jovem cantora Carminho que abordará seguramente temas dos seus dois álbuns Fado (2009) e Alma (2012).

   Iniciada familiarmente na Taverna do Embuçado e mais tarde na Mesa dos Frades, coincide a sua estreia internacional com a participação no multigalardoado filme «Fados» de Carlos Saura.

Sendo o seu primeiro CD um dos dez “Best Album 2011” (segundo a revista britânica Songlines), passou pelo palco principal da Womex (World Music Expo) na Dinamarca, além de vários outros e tornou-se, com a colaboração com Pablo Alborán em “Perdoname”, a primeira artista portuguesa a atingir o primeiro lugar do top espanhol.

   O leitor que queira conhecer o seu disco mais recente pode (graças à gentileza do YouTube que agradecemos) ouvi-lo aqui :

 

 

 

 

   Mudando ainda de opção musical, na Galeria Zé dos Bois (ZDB), às 22h do mesmo Sábado 3 de Novembro, prossegue o Festival Sonic Scope (ontem referido aqui) com, em primeiro lugar, “Guitarras Variáveis”, um projecto que surgiu numa iniciativa de Pedro Almeida, com Luís Varatojo e João Hora nos Encontros de Música Experimental EME2003, em Palmela e “é o resultado de uma união de músicos que usam a guitarra como um instrumento comum de exploração, composição e base melódica. A consciência e a importância das influências, e dos géneros que cada um extraiu no seu percurso individual, levam os participantes a expor o lado descomprometido dos acordes estandardizados do rock, das notas repetitivas da electrónica e da fluidez espontânea da improvisação… (no dizer dos próprios).

   Aqui a formação será André Gonçalves  guitarra eléctrica, Luís Lopes guitarra eléctrica, Pedro Almeida  guitarra eléctrica e Bruno Silva  guitarra eléctrica.

   Seguem-se-lhes os “Pinkdraft” com Nuno Torres  saxofone alto, Nuno Morão  percussão e objectos, Ricardo Jacinto  violoncelo e Travassos cassettes, objectos amplificados e circuit bending.

 

 

 

   Ainda na música “não clássica”, quem for no Sábado 3 de Novembro a Alfama ao Ondajazz, às 22h30, poderá ouvir o novo trio do pianista Diogo Vida  − com João Custódio (contrabaixo) e Jorge Moniz (bateria) −,  com o qual explora novas sonoridades e revela novas perspectivas do seu percurso como compositor, apresentando-nos em primeira audição o seu mais recente trabalho a editar brevemente.

   Esta é uma gravação ao vivo do tema Japanese G do seu primeiro álbum “Alegria” (Numérica, 2011) eleito “um dos melhores discos editados em 2011” pela revista jazz.pt e outras publicações da especialidade :

 

  

   Por último, numa actividade totalmente diversa, o Auditório do Goethe-Institut (sito no Campo dos Mártires da Pátria, 37) abriga neste Sábado 3 de Novembro e a partir das 10h, o «Salão de arquitectura: “De fora no interior”» (Colóquio internacional sobre espaços efémeros e performativos), onde a entrada é livre (sujeita aos lugares disponíveis).

   Diversos arquitectos, artistas performativos e cenógrafos de renome internacional irão apresentar e debater os seus projectos com carácter temporário, nómada e convertível. A arquitectura efémera que dialoga com a precariedade, permanente mutabilidade e fugacidade da sociedade contemporânea, torna-se pertinente e ganha uma surpreendente visibilidade. Prova disso são projectos actuais como os pavilhões temporários de verão da Serpentine Gallery em Londres, estruturas que se tornam ícones temporários do local onde estão implantados, ou o recente concurso internacional de ideias “Performance Architecture”.

   O colóquio conta com a participação de Patrick Bouchain (Paris), Alex Schweder (Nova Iorque, Berlim e Londres), Magnus Nilsson (Londres/Berlim), Torsten Blume (Leipzig), Tim Simon (Hamburgo), João Quintela (Madrid/Lisboa), e Patrícia Barbas e Diogo Lopes (Lisboa). Estes últimos aceitaram o convite do Goethe-Institut para delinear um projecto que traduzisse o 50° aniversário do instituto para a área da arquitectura. Nasceu desta forma o projecto do pavilhão “Goethe Salon”, uma estrutura temporária, convertível e móvel.

   O programa completo encontra-se em :

http://www.goethe.de/ins/pt/lis/ver/pt10042088v.htm .

 

 

(para as razões desta nova forma de Agenda ler aqui ; consultar a agenda de Quinta aqui )

 

 

 

 

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