HELDER CÂMARA – por Fernando Correia da Silva

Um Café na Internet

 

 

Golpe e em 1964 é implantada no Brasil a Ditadura Militar. Ó D. Helder Câmara: a hierarquia da Igreja bem sabe que os militares não te suportam. Por isso retiram-te da Capital e nomeiam-te Arcebispo das cidades de Recife e Olinda. Assim regressas ao Nordeste mas não ao Ceará, desta vez ao Estado de Pernambuco. Fundas várias organizações, entre elas as COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE que lutam não só contra a miséria mas também contra o autoritarismo que esmaga os direitos humanos, Os militares dão-te a alcunha de ARCEBISPO VERMELHO e tentam intimidar-te. Um dos seus Esquadrões da Morte metralha a fachada da tua casa. Outro alveja e mata o jovem Padre António Henrique Pereira da Silva Neto, teu adjunto. Recuas? Não, não recuas, até avanças, o medo não consegue travar-te, embora a própria hierarquia da Igreja hesite no apoio que te dá… Apregoas:

– Se der pão aos pobres, todos me chamam de santo. Se mostrar por que os pobres não têm pão, me chamam de comunista e subversivo.

E acrescentas:

– Não há penitência melhor do que aquela que Deus coloca em nosso caminho todos os dias.

Avanças:  

– É graça divina começar bem. Graça maior é persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca.

E chegas mesmo a dizer a um dos militares:

– Se discordas de mim, tu me enriqueces.      


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