Pentacórdio para Sexta 25 de Janeiro

por Rui Oliveira

 

   Esta Sexta-feira 25 de Janeiro, à parte os concertos e outros espectáculos que prosseguem o seu curso diário usual, não possui muitos elementos a destacar.

dead end   Um, que anteontem (23 de Janeiro) por lapso não assinalámos, é o espectáculo teatral criado pela Mala Voadora para Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura intitulado “Dead End” e agora trazido à Sala Principal (com bancada) do Teatro Maria Matos desde Quarta 23 a Sábado 26 de Janeiro, às 21h30.

   Sobre um texto de Chris Thorpe criado a partir de contos da tradição oral vimaranense originalmente recolhidos por Francisco Martins Sarmento e com a direcção de Jorge Andrade, representam-no Anabela Almeida, Jani Zhao, Joana Bárcia, Jorge Andrade, Mónica Garnel, Rui Lima, Sérgio Martins, Simão Cayatte, Tânia Alves, entre outros.

   A cenografia e figurinos são de José Capela e a banda sonora de Rui Lima e Sérgio Martins. 

dead end ensaio   Descrevendo : ” Dead End é uma aproximação ao melodrama, cujo centro (segundo o Tratado do Melodrama de Abel Hugo) é uma personagem injustamente votada ao sofrimento. O desenlace costuma ser adiado até ao final do terceiro acto para que, assim, aumente a revolta do público e o seu desejo de que o desfecho justo e consolador chegue. Está-se «agarrado à hstória»”. 

   Dead End pode ser sobre a necessidade do mal. Aproxima-se de coisas como o destino eo sacrifício, um certo negrume – coisas que, nos melodramas, são arrumadas de forma a que o bem triunfe. As histórias em que o mal é castigado e o bem vence cumprem um papel tranquilizador para os ue se projectam no papel da vítima. Constroem uma ordem. Ou, pelo menos, a imagem de uma ordem”.

   Poderíamos, ainda, assinalar a ida ao Coliseu dos Recreios, às 21h30, por duas vezes, na Quinta 24 e na Sexta 25 de Janeiro, da jovem fadista Ana Moura num concerto intitulado “Desfado”, o nome do seu 5º álbum de originais, tido como “momento de viragem na carreira da artista”.

Ana_Moura-01   É facto que Ana Moura apostou em nomes da nova geração de compositores nacionais (como Manuel Cruz dos Ornatos Violeta), Márcia, Pedro da silva Martins dos Deolinda, Miguel Araújo dos Azeitonas, Luísa Sobral e António Zambujo) e em nomes consagrados da música portuguesa (como Aldina Duarte, Tózé Brito, Manuela de Freitas e Pedro Abrunhosa) para a criação de novos temas. Para a produção Ana Mora terá ido buscar Larry Klein, o multi-galardoado produtor norte-americano que no seu currículo tem trabalhos com Joni Mitchell, Herbie Hancock – que tem uma participação especial emDesfado – , Madeleine Peyroux, Melody Gardot, Tracy Chapman, entre muitos outros.

   Neste concerto Ana Moura contará no palco com a participação de ângelo Freire (guitarra portuguesa), Pedro Soares (viola de fado), André Moreira (baixo e contrabaixo), João Gomes (teclados) e Mário Costa (bateria e percussões).

   Ouçam este “Fado do Povo Alado” (de Pedro Abrunhosa) cantado por Ana Moura :

 

  Para quem queira ouvir “alguns dos seus melhores fados”, clique : http://youtu.be/ks8f8ZtX_Po ou http://youtu.be/bjK1CkJ7l9k

 

 

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Hotel LuxLeander+Haussmann   Lembramos que, como anunciámos ontem, prossegue o festival “KINO Cinema de expressão alemã” até 3 de Fevereiro próximo e neste seu segundo dia, Sexta 25 de Janeiro, são exibidos no Cinema São Jorge, às 19h na Secção Curtas, o filme “Babuschka” (Alemanha, 2012) de Simona Feldman e em seguida, na Mostra Kino, a película “Hotel Lux” (Alemanha, 2011) de Leander Haußmann (foto) (legendado em português).

   Este último, premiado em Roma (Borboleta de Ouro 2011 para o realizador) e na Áustria (Romy 2011 para Melhor Cinematografia) é interpretado por Michael Herbig, Jürgen Vogel e Thekla Reuten e tem como entrecho de pendor humorístico :

hotel lux kino   “Em 1938, Hans Zeisig, um comediante apolítico e actor de cabaré, foge da Berlim nazi com um passaporte russo (ele teria preferido americano…) e vem parar ao lendário Hotel Lux, o “paraíso perdido” do Komintern, em Moscovo. Todos pensam tratar-se de Hansen, o astrólogo pessoal de Hitler. No Hotel vem a encontrar os seus amigos Frida e Meyer, ambos ainda comunistas convictos. Mas Zeisig depressa compreende que saíra da frigideira para cair no fogão e, para os três idealistas, a aventura entre o amor e a morte começara aí …”

   Este é o seu filme-anúncio (em alemão) :

 

 

 

bibliot.orlando ribeiro   Entretanto no Auditório da Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro  (Estrada de Telheiras, nº 146 – Antigo Solar da Nora) estreia nesta Sexta-feira 25 de Janeiro (continuando no Sábado 26/1 e na Sexta 1/2), às 21h30, “O Som dos Sonhos”, um musical original de Sandra d’Andrade cuja figura principal é Alice, uma jovem que resolve deixar de adiar o seu sonho, iniciando assim uma aventura pela magia das músicas da Broadway.

   Encenado por Sandra d’Andrade, interpretam-no Alberto Sogorb, André Faria, Isabel Bernardo, João Fernandes, Mafalda Gomes, Marta Carrilho, Raquel Mariano, Pedro Simões, Sara Barbosa e Sara Roberto.

 

 

 

LANDER~1   Também na Galeria Zé dos Bois (Rua da Barroca nº 59) decorre na Sexta-feira 25 de Janeiro e no Sábado 26, às 21.30, uma apresentação de artes perfomativas Noodles Never Break when Boiled , um solo por Lander Patrick, um artista em residência local no “Negócio”.

   Explica este : «A massa cozida é mais elástica do que a crua. Esta, quando flexível, pode entrelaçar-se eroticamente com outras do seu espécime, formando diferentes padrões, aglomerações, e possivelmente nódulos. Os nódulos são uma pequena quantidade de matéria reunida. Um conjunto de matéria reunida forma um centro de bloqueio ou fluxo de energia.

   Em “Noodles Never Break when Boiled”, uma entidade opera sob influência destes fluxos e bloqueios. Ela debate-se, na tentativa de operar na  manipulação do tempo, do espaço e da percepção do observador. Mesmo que esta figura não consiga criar um nó em Noodles».

 

 

 

Prof. Leonid Konovalov   Quanto a conferências/debates há na Cinemateca Portuguesa e dentro do seu Ciclo “Foco no Arquivo”,  na Sala Dr. Félix Ribeiro, às 18h30 desta Sexta-feira 25 de Janeiro, uma palestra do Prof. Leonid Konovalov sobre “O Futuro da Película Cinematográfica”.

   Este scholar e investigador no Instituto Nacional de Cinematografia Russo (VGIK), autor de inúmeros ensaios técnicos sobre processos e materiais de cinema, vem à Cinemateca falar do actual contexto de mutação tecnológica e sobre o potencial desenvolvimento da película enquanto suporte da imagem em movimento.

 

 

 

   Por último, noticiamos que ao Onda Jazz volta, às 22h30 desta Sexta-feira 25 de Janeiro, o pianista argentino/brasileiro Pablo Lapidusas, músico “entre o popular e o erudito” (segundo a imprensa carioca) que, acompanhado por António Quintino  contrabaixo e Joel Silva  bateria, divulgará em particular o seu último álbum “Ouriço” (2011) que o vídeo abaixo mostra :

 

 

(para as razões desta nova forma de Agenda ler aqui ; consultar a agenda de Quarta aqui)

 

 

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