Pentacórdio para Domingo 3 de Fevereiro

por Rui Oliveira

 

 

 

   Este Domingo 3 de Fevereiro, como dia de descanso que é, também não ocupa muito os artistas, pelo que a agenda do dia é restrita.

   Aproveitamos para chamar a atenção para uma rúbrica novas que introduziremos no final do Pentacórdio sempre que na(s) véspera(s) nos tenha escapado algum evento importante. Chamar-se-á NOTÍCIAS EM ATRASO. Hoje há, mas espero que não haja senão a espaços …

 

paco ibáñez   O acontecimento porventura mais significativo deste Domingo 3 de Fevereiro será, no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, às 19h, o concerto do Ciclo “Músicas do Mundo” onde “Paco Ibáñez canta os poetas latino-americanos”.

   Nele, aquele que Salvador Dalí chamava «a mais espanhola de todas as vozes» e que foi (é) figura histórica do antifranquismo, irá cantar outras terras e outras vozes da língua castelhana.

   paco ibáñez canta poetas latinoamericanos CDAos 70 anos decidiu prestar homenagem a alguns dos poetas maiores da América Latina e, portanto, traz até nós e através do seu canto as palavras da argentina Alfonsina Storni, do peruano César Vallejo, do chileno Pablo Neruda, do cubano Nicolás Guillén e do nicaraguense Rubén Darío, entretanto editadas num álbum em forma de bandoneón em 2012.

   No palco estarão assim, além de Paco Ibáñez (guitarra), Mario Mas (guitarra), César Stroscio (bandoneón) e Gorka Benítez (saxofone) que percorrerão certamente as várias faixas do referido CD  de que reproduzimos abaixo o tema “Puedo escribir lo versos más tristes esta noche” de Pablo Neruda :

 

   Quem pretenda ouvir integralmente os poemas musicados que integram o disco, clique aqui :

http://lapoesiiaenlavozdepaco.blogspot.com.es/2012/12/paco-ibanez-canta-los-poetas.html

 

1358524183 

Hans+Christian+Schmid+Bleibt+Photocall+62nd+dbHXqTlcbBhl   No campo dos festivais de cinema, recordamos que estes são os últimos dias da 10° edição da “KINO – Mostra de Cinema de Expressão Alemã” iniciada, como noticiámos, a 24 de Janeiro e que termina neste fim-de-semana. Destacaram-se, para lá  da “Mostra para Escolas” no Cinema São Jorge e do ciclo “Cinema Júnior” no Goethe-Institut, sobretudo o programa principal  e ainda o ciclo “O Novo Cinema Alemão: Para Além de Oberhausen” no Espaço Nimas.

   Neste Domingo 3 de Fevereiro o encerramento do KINO 2013 far-se-á, pois, quanto ao Programa Principal  no Cinema São Jorge com a exibição, às 19h, do filme de Ulrike Ottinger intitulado “Unter Schnee” (Debaixo de neve) (Alemanha, 2011) e, às 21h30, da película de Hans-Christian Schmid de nome “Was bleibt” (O que fica) (Alemanha, 2012) com a presença do actor Lars Eidinger.

was_bleibt_filmplakat   Este último filme de conclusão da mostra conta, além deste actor, com Corinna Harfouch, Sebastian Zimmler e Ernst Stötzner nos principais papéis.

   A sua sinopse pode ser apresentada desta forma :

   Marko (Lars Eidinger), que vive em Berlim há algum tempo, vem a pedido de sua mãe, Gitte (Corinna Harfouch) visitá-la e ao seu pai (Ernst Stötzner) no terra natal. Ele antecipa um fim de semana relaxante com a família, mas essa esperança desvanece-se logo após a chegada. Gitte, que há muito sofria de uma doença mental anuncia subitamente a sua completa recuperação e exige ser tratada novamente como um membro da família saudável e de pleno direito. Ninguém contudo, salvo Marko, vai aceitar este pedido e ao tentar ajudar Gittes  inicialmente o bom funcionamento das relações com os seus pais desequilibra-se completamente e toda a família precisa de aprender durante o fim de semana para conseguirem voltar a funcionar juntos.

   Este é o filme-anúncio em alemão com legendas em inglês da película “Was bleibt” que no mercado anglo-saxónico circula com o título “Home for the Weekend” :

 

   Entretanto, no Espaço Nimas, prossegue até final o Ciclo “Para além de Oberhausen” com a projecção às 18h30 de “Deutschland im Herbst”(A Alemanha no Outono) dirigido por Alexander Kluge, Volker Schlöndorff, Rainer Werner Fassbinder (entre outros) em 1978 e, às 21h, de “Fitzcarraldo” (Alemanha, 1981) de Werner Herzog.

 

patrick devresse exposição   Quanto a exposições, vai encerrar no próximo Sábado 9 de Fevereiro a mostra “Melodias Rústicas Portuguesas” na biblioteca do Institut Français de Portugal de fotografias do francês  Patrick Devresse, com entrada livre.

patrick devresse   As músicas da obra de Fernando Lopes-Graça “Melodias Rústicas Portuguesas” foram uma fonte de inspiração para este conjunto de imagens de grande força expressiva, obtidas nos ambientes naturais onde se cantaram muitas dessas melodias e tal como na obra de Lopes-Graça, também estas imagens se assumem como reflexos e leituras de um mundo por onde viajam as nossas memórias.

   Seguir as pegadas do grande compositor português, sentir o tempo que passa e reencontrar as fontes daquelas melodias rústicas foi a aventura que Patrick Devresse, com os pianistas Bruno Belthoise e Christina Margotto, experimentou percorrendo o Portugal rural durante semanas a procura das aldeias e do povo.

                        Melodias%20portuguesas%20DEZ%20ifp%20EXPO-9458253c                   patrick-devresse-nova-foto

 

 

 

NOTÍCIAS EM ATRASO :

   No próprio dia de hoje, Sexta-feira 1 de Fevereiro, volta a Lisboa, desta vez ao palco da Galeria Zé dos Bois (ZDB) na Rua da Barroca nº 59 (ao Bairro Alto), às 22h, a “Elliott Levin’s Lisbon Connection”, uma formação que reune ao saxofonista norte-americano Elliott Levin (também flautista e praticante de spoken word) diversos músicos portugueses como Hernâni Faustino  contrabaixo, Luís Lopes  guitarra eléctrica e Marco Franco  bateria.

elliott levin   Segundo palavras dos próprios músicos, “… o filho de imigrantes judeus-russos Elliott Levin nasceu em Filadélfia e cresceu num bairro predominantemente negro, em West Philly, onde se apaixonou pela música que emanava das comunidades afro-americanas. Entre os anos 70 e 80 partiu em digressão com o mestre Cecil Taylor. Músico extremamente eclético – Levin  toca ska, klezmer ou bebop. Participa em vários projectos, como por exemplo, no Don Preston’s Akashic Ensemble, na Sound Vision Orchestra com Alan Silva, ou no Tyrone Hill & Elliott Levin Quartet.

   Estudou música e escrita criativa na Costa Eeste, na Universidade de Oregon. Nos últimos vinte anos o saxofonista tem dedicado grande parte do seu tempo à poesia, com vários livros publicados…”, a par da sua actividade musical como aquela que incluiu, no ano passado, um primeiro e estrondoso encontro com os músicos portugueses.

   Uma história do Saxofone como Elliott Levin a narra nos Philly Jazz 5 em 2007, companheiro de Cecil Taylor e Odean Pope, aqui com Jason Fraticelli no contrabaixo e Ed Watkins na bateria, introduzida por uma sua deriva poética, pode ser ouvida aqui :

 

Zeca Medeiros redimensionadofados, fantasmas e folias   Já no Sábado 2 de Fevereiro, lembramos que vai actuar na Fábrica de Braço de Prata (Rua da Fábrica do Material de Guerra nº 1), às 0h30, o cantor açoriano Zeca Medeiros trazendo certamente ao palco o seu último livro-disco “Fados, Fantasmas e Folias” onde, o  multifacetado artista “com o tom grave e rouco da sua voz, ora embalador, ora poderosamente desconcertante”, faz das palavras verdadeiras armas de pensamento, que fluem nos soberbos arranjos de Paulo Borges, Gil Alves, Carlos Guerreiro («Gaiteiros de Lisboa»), do jovem pianista Jorge Silva e de Manuel Rocha («Brigada Victor Jara»), entre outros.

   Desse álbum recente, ouçamos o seu dueto com Mariana Abrunheiro no tema “Sempre há-de ficar uma Semente” :

 

 

(para as razões desta nova forma de Agenda ler aqui ; consultar a agenda de Sexta aqui)

 

 

1 Comment

Leave a Reply