Pentacórdio para Quinta-feira 21 de Fevereiro

por Rui Oliveira

 

 

Le martyre de Saint Sébastien - Copy

Caplet_Debussy   O evento seguramente marcante desta Quinta-feira 21 de Fevereiro é apresentação no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, às 21h, no âmbito do “Festival Debussy +”, da releitura feita por Clarac e Deloeuil da obra de Claude Debussy, escrita em 1911 sobre um texto de Gabriele D’Annunzio e estreada nesse ano no Théâtre du Châtelet sob a direcção de André Capet (na foto com Debussy), intitulada “Le Martyre de Saint Sébastien”.

   Esta nova acção cénica em 5 actos – distinta da versão original de cinco horas – será tocada pelo Coro e Orquestra Gulbenkian sob a direcção do maestro Alain Altinoglu com a participação dos seguintes intérpretes :

   Micha Lescot (actor) (o santo), Karen Vourc’h (soprano) (a mãe), Éric Bougnon (actor) (o pai), Blanche Konrad (actriz) (a criada), Marianne Crebassa (meio-soprano) (a gémea) e Marie Kalinine (meio-soprano) (a gémea).

   O espectáculo (legendado em português) repete-se na Sexta-feira 22 às 19h no mesmo local.

 

S.Sebastião por D'Annunzio   Inspirando-se directamente no filme “Teorema” de Pasolini (exibido no âmbito do Festival na passada Segunda-feira no IFP), o “Martyre” de Jean-Philippe Clarac e Olivier Deloeuil adopta «as revelações místicoeróticas de uma família burguesa, tocada pela graça de um estranho desconhecido chamado… Sébastien».

   Mais récita ou oratória do que ópera ou teatro no sentido tradicional do termo, o espectáculo da dupla francesa dá um novo fôlego à histórica criação de CHT437877Claude Debussy e Gabriele d’Annunzio (autor da imagem junta de S.Sebastião), estreada com escândalo em 1911, que então foi um marco enquanto desafio às convenções da época, levando à proibição da obra de D’Annunzio pela Igreja. Como ponto de partida da polémica estaria o facto da personagem de São Sebastião ter sido inspirada (e atribuída) à famosíssima bailarina e actriz Ida Rubinstein (na foto como S.Sebastião) que solicitou tal papel a Debussy …

   Como um bom excerto da Deuxième Mansion La Chambre Magique temos aqui a soprano Susan Gritton com Sophie Marceau como narradora e a Orquestra Filarmónica de Berlim dirigida por Sir Simon Rattle em Setembro de “007 em Berlim :

   Não havendo ainda registo desta releitura moderna, deixamo-vos mais com a execução integral da obra em 4 vídeos sucessivos (sem clara identificação dos executantes, mas que agradecemos ao YouTube) :

 

 

 

facebook_Alma   Ainda num teatro (agora sem música), estreia na Sala Garrett do Teatro Nacional Dª Maria II, às 21h, a produção do T.N. São João (Porto) denominada “Alma”, uma dramaturgia de Nuno Carinhas e Pedro Sobrado a partir do “Auto da Alma” de Gil Vicente, numa encenação de Nuno Carinhas com interpretação de Alberto Magassela, Fernando Moreira, Fernando Soares, João Castro, Jorge Mota, Leonor Salgueiro (no papel de Alma), Miguel Loureiro, Paulo Freixinho e Paulo Moura Lopes.

   Os cenários são de Pedro Tudela, o desenho de luz de Nuno Meira e o desenho de som de  Francisco Leal. O espectáculo permanece até 3 de Março. 

alma   Nuno Carinhas, a propósito do seu espectáculo criado a partir de um dos autos menos representados de Gil Vicente – “o dramaturgo de que não nos chegou um único retrato, mas que tinha mil caras, como um arraial” – disse (ao “Público”) : «”Alma” revela-nos talvez a sua face mais hierática e lírica, conjugando duas metáforas maiores da imagética religiosa – peregrinação e refeição. A descrição não nos deve iludir: ao contrário das Barcas, onde Vicente erige um monumental teatro post mortem, “Alma” propõe um pequeno teatro da vida humana, encenando-a como viagem, com os seus avanços e recuos, obstáculos e desvios … No epicentro, disputada pelo Anjo e pelo Diabo, uma singular personagem vicentina – uma “Alma caminheira”, alegoria de toda a espécie humana – luta contra o tempo e faz um trajeto de provação, mudança, descoberta. “Oh, andai! Quem vos detém?”».

   Eis como o TN São João anunciou a sua produção :

 

 

 

 

   Também no teatro é reposto no Auditório Carlos Paredes (Av. Gomes Pereira nº 17, a Benfica), às 21h30 desta Quinta-feira 21 de Fevereiro (e até Sábado 23), a conhecida peça de Rainer Werner Fassbinder intitulada “As Lágrimas Amargas de Petra von Kant” numa criação do Forever Mesmo Teatro, com Manuela Passarinho como encenadora e Susana Rodrigues como actriz  principal.mdia4-ab96

   A peça, datada do início dos anos 70 do século passado, aborda a relação entre duas mulheres. Adaptada ao cinema em 1972 pelo seu autor/realizador,  incide sobre aquela relação lésbica e a forma de pensar, ser e estar da sua personagem principal : Petra é uma estilista de sucesso extremamente arrogante e egocêntrica, que tem como única pessoa próxima a sua secretária. Um dia apaixona-se por uma jovem aspirante a modelo chamada Karin Thimm, que vai morar em sua casa e que a usará até não precisar mais …

   Este foi o vídeo divulgado a quando da sua estreia em Fevereiro de 2012 :

 

 

  

jair oliveiraSemana_cantores_Brasileiros   Proseguindo a celebração do «Ano Brasil-Portugal», a Semana Cantores Brasileiros no Espaço Brasil (LX Factory – Rua Rodrigues de Faria, 103 – Armazém L) abrirá nesta Quinta-feira 21 de Fevereiro, às 22h30, com o cantor Jair Oliveira, multi-instrumentista, compositor, arranjador e intérprete, reconhecido como um dos principais produtores e compositores da sua geração.

   Filho de Jair Rodrigues e irmão de Luciana Mello (que aqui actuou no passado dia 16), Jair Oliveira compôs e produziu diversos trabalhos para grandes nomes da música brasileira como Ed Motta, Ney Matogrosso e Tom Zé.

   Oiça-se Este “Você por Perto” criado em 2009 para conhecer o seu tipo de música :

 

   E como o Carnaval foi recente, veja-se este vídeo “Tiro Onda”  cujas imagens de animação poderão contribuir para “aliviar” o clima social vigente (para muitos invejando não poderem viver no Brasil…), aqui: http://youtu.be/5ciiT4eBCFo

 

 

 

   Quanto a jazz, ao conhecido bar Onda Jazz vem nesta Quinta-feira 21, às 22h30, o “Piano Trio” de Alexandre Manaia piano, voz com Miguel Amado baixo e Alexandre Alves bateria para uma sua primeira actuação (ao que saibamos), enquanto no Hot Clube de Portugal toca (e tocará na Sexta 22) às 23h o “TAF – Trio António Franco”, composto por Rúben Santos trombone,  António Ferro baixo e Henry Sousa bateria.

 

 

 

   Por último, quanto a conferências/debate duas (de tipo difrente) chamariam a nossa atenção.

 

   No Goethe-Institut  (Campo dos Mártires da Pátria, nº 37) na Quinta-feira 21 de Fevereiro, das 18 às 20h, discutir-se-á “Como vamos pôr a União de volta no bom caminho?” numa conferência organizada em colaboração com a Fundação Friedrich Ebert, falada em português e alemão (com tradução simultânea) com entrada livre.Klaus Hänsch

   Com a presença na mesa de Joachim Bernauer (Goethe-Ins.), Carlos Gaspar (I.P.Relações Internacionais), Reinhard Naumann (Fund. Friedrich Ebert), o antigo presidente do Parlamento Europeu, Klaus Hänsch, ministrará a sua palestra com base no seu profundo conhecimento da história da UE e do complexo funcionamento das idéias e instituições europeias e alvitrará sugestões sobre o tema “O nosso futuro na Europa – Como vamos pôr a União de volta no bom caminho?”.

   O debate será dirigido por Francisco Seixas da Costa, antigo Embaixador e ex-Secretário de Estado.

 

 

untitled   Entretanto na Sala Teatro do Istituto Italiano di Cultura (Rua do Salitre, nº 146), às 19h da mesma Quinta-feira 21, tem lugar a Sessão Inaugural da 3.º Ciclo de Conferências “Lisboa dos italianos: circulação de mercadorias, pessoas e ideias (sécs. XV-XVIII)”, em colaboração com a Embaixada de Itália, a Cátedra de Estudos Sefarditas “Alberto Benveniste” da Universidade de Lisboa, o Centro de História de Além-Mar (CHAM), a Red Columnaria, a Sociedade de Geografia de Lisboa e o Gabinete de Estudos Olissiponenses da Câmara de Lisboa.

   A conferência de abertura será proferida pela Dra. Nunziatella Alessandrini  (CHAM) com o título “O eixo Génova Lisboa: fluxos de mercadorias e pessoas (1650 – 1700 ca)”.

   A entrada é livre, com reserva obrigatória.

 

 

 

(para as razões desta nova forma de Agenda ler aqui ; consultar a agenda de Terça aqui)

 

 

 

 

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