EDITORIAL – A SEGUNDA REPÚBLICA ESPANHOLA

Imagem2Em 14 de Abril de 1931 o Estado espanhol adoptou o regime republicano pela segunda vez na sua história. A Primeira República tivera  curta duração – proclamada pelas Cortes em 11 de Fevereiro de 1873, durou 22 meses caracterizados pela violência de guerras civis e por uma profunda instabilidade política – quatro presidentes se sucederam nos primeiros onze meses até que o general Pavia liderou um golpe de estado que colocou na presidência Francisco Serrano Domínguez, tendo a República assumido  um carácter unitário.

Na realidade, o maior obstáculo para o triunfo do regime republicano foi, além da falta de apoio popular,  a divisão entre os adeptos do federalismo, que pretendiam dar expressão às nações amalgamadas no estado espanhol, formalizado em 1812, nas cortes de Cádis,  e os que apoiavam a ideia de uma Espanha una, onde as nacionalidades fossem apagadas. Em 29 de Dezembro de 1874 o pronunciamento do general Martínez Campos restaurava a monarquia bourbónica.

A Segunda República Espanhola foi proclamada em 14 de Abril de 1931 na sequência da vitória republicana nas eleições municipais, tendo como primeiro presidente Niceto Alcalá Zamora. Todos sabemos como  o governo legal e democraticamente eleito da segunda República foi, nos dias 17 e 18 de Junho de 1936 vítima de um golpe militar liderado pelo general Francisco Franco que, à frente do Exército de África desembarcou na Península e apoiado pelos governos alemão, italiano e português instaurou um regime ditatorial, após a vitória dos militares rebeldes em 1 de Abril de 1939. De novo, durante a vigência do regime republicano, voltou a ser encarada a solução federalista.

Estranho é que a transição da ditadura franquista para o regime democrático que começou a ser implementada pelo governo de Adolfo Suárez, tenha mantido toda a herança do franquismo, incluindo a ridícula monarquia com um monarca que foi um verdadeiro sabujo de Franco. Adolfo Suárez era um homem de direita, ligado ao regime fascista, ocupando diversos cargos ao longo da última década do consulado de Franco. Não se podia esperar que um protegido da Falange e do Opus Dei fizesse mais do que operações de cosmética – mudou tudo para que tudo ficasse na mesma.

Saudamos os republicanos catalães, galegos, bascos e espanhóis.

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