Pentacórdio para Terça-feira, 14 de Maio

por Rui Oliveira

 

 

 

 

   O início de semana continua a não ser particularmente fecundo. Dos acontecimentos culturais previstos destacaríamos, sem dúvida, aquele que ocorrerá nesta Terça-feira, 14 de Maio, às 21h, no Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém.

F1Aristides - Copy   Trata-se do Recital Aristides de Sousa Mendes” que, em conjunto, o CCB e a Fundação Aristides de Sousa Mendes promovem como homenagem ao Cônsul de Bordéus que, no ano de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, desobedecendo a ordens de Salazar, concedeu vistos a milhares de refugiados, em fuga do nazismo.F1Aristides - Copy (2)

   Os intérpretes deste recital aceitaram generosamente trabalhar pro bono pelo que o seu produto reverterá para a Fundação cujos objectivos prioritários incidem na divulgação e defesa dos Direitos Humanos e na salvaguarda e recuperação da «Casa do Passal», memória do cônsul que a habitou.

   São eles Nuno Vieira de Almeida  pianista e os cantores Ariana Russo soprano, Teresa Duarte soprano, Ana Tomás soprano, Rita Tavares mezzo-soprano, Carlos Monteiro tenor e Pedro Cachado tenor, que interpretarão um programa que compreende :

 

      Felix Mendelssohn   4 Lieder

      Victor Ullmann          3 Sonetos dos Portugueses

      Erich W. Korngold     Dois Lieder das “Canções de Despedida”

                                            Canção de Marieta  da ópera “Die tote Stadt

      Benjamin Britten      Canticle 2 – Abraão e Isaac

 

   Não havendo qualquer registo destes temas por estes artistas, mostramos-lhe, por curiosidade pela peça ser pouco divulgada, a interpretação da partitura de Victor Ullmann “Drei Sonette aus dem Portugiesischen, op. 29” (1ª parte “Briefe, nun mein!”, 2ª parte “Sag immer wieder”, 3ª parte “Sein erster Ku”) cantada por Shoko Iwashita, soprano, finalista do Mannes College of Music (New York, NY) em Abril de 2011, com Jason Wirth ao piano :

 

   A segunda e terceira parte encontram-se aqui : http://youtu.be/ZHKyKY_lAOk  e http://youtu.be/E_VaT8Hxfdg

 

 

 

palacio marques de fronteira 2

   Também nesta Terça-feira, 14 de Maio se inicia no Palácio de Fronteira (Largo São Domingos de Benfica, nº 1) um “Ciclo de Música e Poesia Francesa do Século XX” (que se prolonga por 16, 21 e 23 de Maio) organizado pela Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, em que os recitais de poesia são de entrada livre e os de música mediante aquisição de bilhete.

capela nova    Neste primeiro dia, às 18h30, o grupo coral “Capela Nova”, dirigido por Fernando Pinto,  propõe-se interpretar de :

      Gerald Finzi  I praise de tender flower / Clear and gentle stream

      Giovanni Palestrina  Quae est ista / Pulchra est

      Camille Saint-Saens  Calme des nuits, op. 68 nº 1 / Les fleurs et les arbres, op. 68 nº 2

      Paul Hindemith  Un cigne / Verger / La biche

      Thomas Morley  Die now my heart / Now is the gentle season

      Maurice Ravel  Trois beaux oiseaux du paradis

      Eurico Carrapatoso  Pequeno Poemário de Sophia  Apesar /Pudesse / Se

                                           Canções sem Palavras Coral A & Coral B

 

   À noite, às 21h30, há um Recital de Poesia de Blaise Cendras  com apresentação e comentários de Nuno Júdice, em que as leituras serão feitas por Antónia Brandão, Fernando de Mascarenhas e Paulo Godinho.

 

mc3a1rcia

   Ainda na Terça-feira, 14 de Maio, no Cinema São Jorge, às 21h na Sala Manoel de Oliveira, a jóvem cantora Márcia apresenta ao público as canções do seu novo álbum “Casulo.MARCIA CASULO ALTA

   É o regresso da autora de sucessos como “Cabra Cega” e “A pele que há em mim (quando o dia entardeceu)” (em dueto com JP Simões), no seu disco de estreia “Dá”.

   Mostramos-lhe abaixo o vídeo de “Deixa-me ir“, o primeiro single divulgado deste novo trabalho :

 

 

 

 

360º ciência descoberta

????????   Por último, como conferências/debate, tem lugar no Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian, às 18h desta Terça-feira, 14 de Maio, mais uma sessão temática (associada à exposição “360º Ciência Descoberta”) “Cartografia: do Mediterrâneo ao Mundo todo”, em que o orador será Joaquim Alves Gaspar, oficial da Armada (reformado) e actualmente investigador do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT), onde desenvolve um trabalho de investigação pós-doutoralo essencial sobre cartas 1 sobre a Cartografia náutica ibérica do Renascimento.

   Em sumário, explica : “É bem conhecida a frase de Pedro Nunes, do “Tratado em defensam da carta de marear” (1537), onde o grande cosmógrafo expressa a sua convicção de que os grandes descobrimentos dos séculos XV e XVI só teriam sido possíveis com o apoio da matemática e da astronomia:

[…] estes descobrimentos de costas, ilhas e terras firmes não se fizeram indo a acertar, mas partiram os nossos mareantes mui ensinados e providos de instrumentos e regras de astrologia e geometria (…) Levaram cartas mui particularmente rumadas e não já as de que os antigos usavam.

   Nesta conferência pretende-se realçar os contributos dos povos ibéricos no âmbito da ciência náutica, em geral, e da cartografia em particular … Sabemos, contudo, que estas e outras o essencial sobre cartasinovações só teriam sido possíveis através da circulação do conhecimento, dos objectos e das pessoas durante o Renascimento. Tomando como ponto de partida a carta-portulano medieval, faz-se uma breve história da cartografia náutica ibérica durante os séculos XV e XVI, focalizada nos seus aspectos mais originais e inovadores. Em particular, mostra-se como os problemas operacionais associados à exploração marítima foram resolvidos com recurso a certas inovações, que revolucionaram a navegação e a cartografia náutica na Europa.

 

 

francesismo em lisboa 

   Como NOTÍCIA parcialmente EM ATRASO, registemos que se iniciou na semana que ora finda um ciclo de conferências e exposições sob o título “Chiado, Baixa e confronto com “francesismo” nas artes e na literatura“ por iniciativa sobretudo da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL) que mobilizou as instituições e espaços na área, nomeadamente a Academia Nacional de Belas Artes, o Grémio Literário, o Centro Nacional de Cultura, o Teatro Nacional de São Carlos, o Museu Arqueológico do Carmo e a Brasileira do Chiado e, porque as actividades se estendem à cidade de Paris, também o Institut Français de Portugal.  O programa englobou, assim, um conjunto de conferências sobre o fenómeno do «francesismo» (no sentido lato do termo, isto é, para além do que se conhece da segunda metade do séc. XIX com Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, Guilherme d’Oliveira Martins, Antero Quental e outros), assim como conferências sobre a arte pública e o espaço público que ocorreram na FBAUL até Sábado 11.

   A par disso foram inauguradas as seguintes mostras :

   No Grémio Literário, patente até 31 de Maio, as de Rui Chafes (artista convidado para este ano) e Rui Macedo.

   No Museu Arqueológico do Carmo, patente até 31 de Maio, as de Elsa Bruxelas, Lara Roseiro e Rui Chafes.

   No Institut Français du Portugal, patente até a 20 de Maio, as de Alexandra Nobre, Paulo Lourenço e Rui Serra.

   No Teatro Nacional de São Carlos, patente até 26 de Maio, as de Ana Rito, Helena Ferreira/Susana Rocha, Luísa Paiva Sequeira e Madre Barreira de Sousa.

 

 

 

Antje Weber%20visual-cc1b5d18   E por se falar em Institut Français de Portugal, lembra-se que encerra nesta Terça-feira, 14 de Maio a exposição “Vogelfrei”, que reune obras de Antje Weber, uma artista a viver em Lisboa desde 2011 mas que se considera uma artista do mundo. Sendo de origem alemã, o seu percurso pessoal já a terá levado a caminhos por Itália, Índia e China, por força do seu trabalho.ANTJE weber %~1

   Diz que apelidar esta exposição de “Vogelfrei” «é um hino a esse estar na vida como “pássaro sem gaiola”, livre e sem qualquer apego a algo específico. E lembra o facto da palavra vogelfrei, que dá título a esta exposição, significar em alemão, não apenas “livre como um pássaro”, mas ter uma origem medieval aplicada a pessoas banidas das suas terras (por causa de um crime) e que viviam entre cidades, principalmente na floresta (tipo Robin dos Bosques).

   A entrada é livre.

 

 

 

 

(para as razões desta nova forma de Agenda ler aqui ; consultar a agenda de Domingo aqui)

 

 

 

 

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