por Rui Oliveira
São alguns os eventos desta Quinta-feira, 13 de Junho, de novo um feriado, este o do santo padroeiro, o António de Lisboa. Todos se acabam por incluir nas Festas de Lisboa’13, de que temos vindo a falar. Assim :
No Claustro da Sé de Lisboa, a partir desta Quinta-feira 13 e até 30 de Junho, de Quinta a Sábado às 21h30 e aos Domingos às 17h, o grupo de teatro A Barraca apresenta “Santo António de Lisboa” de Hélder Costa, interpretada por João d’Ávila, Sérgio Moras, Rúben Garcia, Sónia Barradas, Tiago Assis e Ivandro de Pina.
Diz o seu autor : «Santo António nasceu Fernando de Bulhões numa casa frente à Sé de Lisboa, onde iria ser baptizado. Na sua vida eclesiástica, passou por Santa Cruz em Coimbra e aí trocou o traje branco pelo burel dos Franciscanos … Revelou-se um orador culto e de grande poder de comunicação com o povo que acorria a ouvir os seus sermões … Nesta peça decidimos coloca-lo em conjunto com outras figuras portuguesas que se inspiraram nele, como Padre António Vieira com o Sermão aos peixes e Fernando Pessoa, nascido a 13 de Junho no dia de Sto. António e autor de um belo poema sobre essa figura da nossa História.
Para a construção do espectáculo não esquecemos a tradição do teatro popular da Idade Média, a aposta poética e cénica na referência a milagres e a cor musical de Lisboa …»
Também no Teatro da Trindade, nesta Quinta-feira, 13 de Junho (e até Domingo 16), às 21h30, é recriado “Esta Vida é uma Cantiga”, um espectáculo de celebração da música do Teatro de Revista, com Anabela, Wanda Stuart, FF, Henrique Feist e as participações especiais de Simone de Oliveira e Anita Guerreiro, numa direcção musical e arranjos de Nuno Feist.
Alternadamente na Praça Martim Moniz e no Castelo de São Jorge, arranca nesta Quinta-feira, 13 de Junho o “Festival Lisboa Mistura – Músicas do Mundo” que se prolongará, este ano, até 22 de Junho. (ver programa aqui )
Numa organização da Associação “Sons da Lusofonia”, nasce agora renovado e assume-se como «novo espaço cultural, destinado ao conhecimento e à inscrição de novas linguagens e tendências culturais. Num diálogo intemporal entre o Castelo, metáfora de todas as origens, e o Martim Moniz, novo fórum de uma cidade contemporânea e diversa, … volta a trazer, com as Oficinas Portáteis de Arte, os bairros da periferia ao centro, reafirma(ndo) inequivocamente a nossa vocação de cidade-mundo» … e «promete misturar cores e ritmos quentes, vindos de paragens distantes, como a Índia, o Mali, Marrocos ou a Síria».
O programa do 1º dia (13 de Junho) traz ao Martim Moniz com entrada livre :
– às 22h a cantora indo‐canadiana Kiran Ahluwalia, actualmente a viver em Nova Iorque, cuja música cruza o universo da poesia romântica Gazel, de origem Persa e Árabe, com o folclore indiano Punjabi ; entre as suas influências encontramos a Guitarra Portuguesa, as percussões Sub‐Saharianas, o violino Celta, as vozes Qawwali do Paquistão, o rhubab do Afeganistão e os blues Africanos.
– às 23h30 o rapper belga de origem congolesa Baloji, criador em 1994 da banda “Starflam Suite”, o qual, após um afastamento até 2006, regressa (depois de restabelecer contacto com a sua mãe natural de que o haviam afastado) com «um registo musical autobiográfico que nasce em jeito de resposta auto‐reflexiva», sucedendo-se os álbuns “Hotel Impala”(2008), “Kinshasa Succursale” (2010) e “Kaniama Avenue” (2013).
Este é um registo de Kiran Ahluwalia, ainda actual (para ouvir umrap característico de Baloji o leitor deve clicar aqui ) :
Ainda nesta Quinta-feira, 13 de Junho, estreia no Teatro Turim (Estrada de Benfica, nº 723 A), às 21h30, a peça de Cátia Terrinca e Miguel Rebelo “1876 Milhas” que permanecerá em palco até Domingo 16.
A sinopse, segundo os autores, diz : «Falamos sobre distância. Queremos medir quantos passos nossos são necessários para chegar a outro lugar e tentar ordená-los. Viajar é um inaugurar um espaço idílico, um intervalo no ritmo da vida normal. Uma troca de paisagens sonoras, geográficas, humanas. Viajar é um acto de comparação. Não é possível ir. Há sempre um voltar. Por mais vezes que tentemos ir e voltar.
Talvez haja 1876 maneiras de unir as 1876 milhas de Lisboa até São Vicente. Esta será a nossa: uma viagem -espectáculo biográfica e utópica onde não se apanham aviões mas se pode voar».
Por último, integra ainda as “Festas de Lisboa’13” o acontecimento marcante “Vieira da Silva em Festa” pelo qual a Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva (Praça das Amoreiras, nº 58) vai comemorar, pela primeira vez, o aniversário da grande pintora Vieira da Silva, que nasceu a 13 de Junho, dia de Santo António, em 1908 e veio a morrer em Paris com quase 84 anos.
Haverá um vasto programa de iniciativas gratuitas que serão uma oportunidade excelente para conhecer a obra desta artista de renome internacional através de visitas gratuitas, mas também para a confrontar com outros artistas expostos na Fundação.
As múltiplas actividades, quer no Museu, quer no jardim das Amoreiras, na Mãe de Água e na Ermida Nossa Senhora de Monserrate iniciam-se às 10h da manhã e terminam cerca das 20h. (ver programa integral aqui )
De entre elas, destacaríamos :
– vários interlúdios musicais com o grupo “Archachatina Marginata” (às 12 e 14h), com Tanja Simic (às 13h e 14h30) e uma performance com Coro Menor de Sara Cheu e ângelo Neto (às 17h30);
– um concerto de música contemporânea por Hanna Hartman às 15h;
– a conferência/debate de Martine Bedin “Do we still need Design?” às 16h;
– e a encerrar, às 18h30, um concerto/baile animado pelo grupo Errichetta Underground, uma formação original criada em Roma em 2008, cultora da música kletzmer e de raiz balcânica que cruza com as origens clássicas e jazzísticas dos seus membros.
Deixamo-vos com um registo do Festival Errichetta Underground de 2o11 em Cantiere (Roma) :
(para as razões desta nova forma de Agenda ler aqui ; consultar a agenda de Terça aqui)
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