por Rui Oliveira
O destaque desta Sexta-feira, 28 de Junho irá seguramente para o concerto que o pianista britânico Michael Nyman dará no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, às 21h.
Compositor de uma obra vasta e reconhecida, mas também musicólogo e libretista, Michael Nyman é uma das referências marcantes da música contemporânea e regressa agora a Portugal, (diz o CCB) «para apresentar, em dois espectáculos a solo, a sua música profundamente poética. A íntima relação que possui com o piano manifesta-se na sua discografia e em bandas sonoras para filmes, onde sobressai a de O Piano, de Jane Campion, e as de filmes de Peter Greenaway, como O Contrato, os Livros de Próspero ou O cozinheiro, o ladrão, a sua mulher e o amante” . Também autor de óperas, como Facing Goya ou Sparkie: Cage and Beyond, Nyman já foi distinguido com prémios tão importantes como o “Ivor Novello” e o “Golden Globe”».
São musicalmente célebres os excertos do filme “O Piano” que aqui podem ou(ver)-se :
Volta a realizar-se este ano o “Festival ao Largo” de 28 de Junho a 28 de Julho, no largo fronteiro ao Teatro S. Carlos, em Lisboa, e que é “feito dentro da casa e com os meios da casa” conforme o anunciaram João Villa-Lobos e o maestro João Paulo Santos.
Arranca nesta Sexta-feira 28 e no Sábado 29 de Junho, às 21h30, em parceria com o Festival de Música do Estoril, com um Concerto Sinfónico com quatro dos vencedores das diferentes edições do Prémio de Interpretação El Corte Inglés/Festival do Estoril e a Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP), dirigida por João Paulo Santos.
Colaboram no espectáculo, como solistas, a clarinetista Iva Barbosa, o acordeonista Gonçalo Pescada, o barítono Luís Rodrigues e a soprano Cristina Oliveira.
O programa do concerto compreende :
− Ruggero Leoncavallo Prólogo (I Pagliacci)
− Claude Debussy Première Rhapsodie para Clarinete e Orquestra
− Giuseppe Verdi «É strano! Ah, fors’è lui… Sempre libera» (La Traviata)
− Richard Wagner «O du, mein holder Abendstern» (Tannhäuser)
− Gaetano Donizetti «Quanto amore» (L’elisir d’amore)
− Astor Piazzolla (arr. Ian Mikirtoumov) Verão e Primavera (Quatro estações portenhas, para acordeão e orquestra)
− Nino Rota (arr. Stelvio Cipriani) Amarcord / La bella malinconica (La dolce vita) / La passerella e La conferenza stampa del regista (Otto e mezzo)
− John Williams (arr. John Williams) Harry Potter and the Sorcere’s Stone, Suite: Hedwig’s Theme / The Sorcerer’s Stone / Nimbus 2000 / Harry’s Wondrous World
Eis como no ano passado actuou a Orquestra Sinfónica sob a direcção de Julia Jones em idêntico Festival ao Largo :
E agora para comparação com a execução prevista, ouçam-se os temas conhecidos de Nino Rota (Amarcord, Otto e mezzo e outros) quando tocados por um conjunto de instrumentistas italianos :
Dentro do programa das “Festas de Lisboa’13”, Carlos do Carmo vai comemorar os 50 anos de carreira como fadista no Mosteiro dos Jerónimos, às 22h, decorrendo o espectáculo ao ar livre no magnífico cenário do seu claustro.
O programa do show do embaixador português da candidatura do Fado à Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade dará (segundo o seu agente) uma oportunidade ao público para partilhar com o fadista os seus temas, acompanhado por orquestra ou por um trio de guitarras. O cantor está igualmente disponível para “Fado Maestro”, um espectáculo onde divide o palco com o pianista e compositor António Vitorino D´Almeida.
Recorde-se, por contraste, uma canção dos seus primórdios, “Quadras Soltas” do CD “Fado Maestro” :
O último espectáculo da programação “Próximo Futuro” deste mês de Junho no Anfiteatro o Ar Livre da Fundação Calouste Gulbenkian é o concerto dos “Jagwa Music”, às 22h desta Sexta-feira, 28 de Junho.
Os Jagwa Music são os principais intérpretes do estilo mchiriku, que nasceu há vinte anos nos subúrbios pobres de Dar-es-Salaam, na altura em que os teclados baratos da Casio passaram a estar disponíveis e chamaram a atenção das bandas que tocavam música de dança chakacha. O que se passou a seguir é uma história semelhante, já familiar (como a de Konono No. 1): os Jagwa Music, tal como os seus pares, foram imediatamente atraídos pelo som de baixa fidelidade dos Casio e adoptaram-no, ligaram-no a amplificadores e megafones vintage e o som daí resultante – enérgico, irrascível e distorcido – recebeu o nome de mchiruku. Desde então, este novo estilo tem vindo a desenvolver-se na Tanzânia, embora tenha sido deliberadamente ignorado pelos media, dado que é associado a uhuni (comportamento violento) e à vida marginal da cidade.
É este o seu som :
NOTÍCIA EM ATRASO : Na véspera, Quinta-feira, 27 de Julho, terminara no mesmo Anfiteatro a Cinemateca Próximo Futuro com a projecção, às 22h, sobretudo do filme “Rewind” (África do Sul, 2008) de Liza Key, acompanhado de “Mmitlwa” de Lerato Shadi e de “Gangster Film” de Teboho Edkins.
O primeiro, um docudrama, pretende assinalar o 10º aniversário da constituição da “Comissão Verdade e Reconciliação (The Truth and Reconciliation Commission – TRC)” na África do Sul e nele o compositor sul-africano Philip Miller (foto) utilizou fragmentos dos testemunhos gravados (fracções de respirações, entoações, gemidos, sussurros e arfadas) para compor a obra “Rewind: A Cantata for Voice, Tape and Testimony”. Entre excertos da performance do Market Theatre, concebida e dirigida por Gerhard Marx, Philip Miller – que compôs “Yizo Yizo, Heartlines, Kentridge’s 9 Drawings for Projection” e “Noyce’s Catch a Fire” – conta a história do desenvolvimento da cantata e as gravações que lhe serviram de inspiração são apresentadas num contexto visual, em que constam as entrevistas de algumas testemunhas, emissões públicas e ainda filmagens dos arquivos dos serviços secretos.
Tal é perceptível neste excerto :
Por último, os amadores do jazz nacional têm no Hot Clube de Portugal, às 22h30, nesta Sexta-feira, 28 de Junho (bem como no Sábado, 29) um concerto dos “Loft”, agrupamento composto por Rui Pereira bateria, Óscar Graça teclados, Nuno Costa guitarra, João Guimarães saxofone e Jeffery Davis vibrafone.
Esta foi uma sua actuação em 2011, tocando uma composição de Nuno Costa “Doze Trabalhos” :
(para as razões desta nova forma de Agenda ler aqui ; consultar a agenda de Quarta aqui)
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