Um dia, Tomás, o prospector mineiro, descobriu, encalhado ao fundo de uma enseada nos confins da ilha e tapado por grandes arbustos um bote-salva-vidas, sem remos, sem outro vestígio de de ter sido utilizado a não ser uma caixa muito bem conservada. Abrindo a caixa, descobriu além de roupa e de algumas outras coisas insignificantes, um livro-álbum em bom estado que logo despertou a sua atenção. O livro tinha por titulo: O Primero Ano de “A Caminho de Amanhã” (Michael Journal). Curioso, o nosso Tomás sentou-se e abriu o volume. Leu-o, ou melhor, devorou-o. O rosto iluminou-se-lhe:
– Aqui está o que deveríamos ter sabido há muito tempo.
– De maneira alguma, o dinheiro apoia o seu valor nas reservas de ouro; o valor do dinheiro é retirado das mercadorias que com ele se adquirem.
– O dinheiro pode ser uma simples abstracção contabilística – os créditos passam de uma conta para a outra, de acordo com as compras e vendas realizadas. O total do dinheiro é igual ao total da produção.
– A qualquer aumento de produção, deve corresponder um aumento equivalente de dinheiro… Nunca deve haver juros a pagar sobre o dinheiro nascente… O progresso representa não uma dívida pública, mas um dividendo igual a cada um… Os preços, ajustados ao poder de compra por um coeficiente de preços. O Crédito Social…
Tomás não aguentou mais e correu, com o livro na mão, compartilhar sua esplêndida descoberta com os quatro companheiros.
Amanhã:17. O dinheiro, simples abstracção contabilística