Não vai dar ao mar o rio de lágrimas caladas nascido de bocas fechadas e olhares distantes
Quedou-se a vida um momento entre o suspiro e o espanto
Para lá da muralha feita de vidro e de tempo grande como a amargura o sonho ganhou figura em forma de aparição resplandecente do sol da tarde ainda ardente
No rosto de sempre do outro lado da estrada frente ao rio que vai dar ao mar nem a dimensão do meu grito fez o silêncio calar
Fugaz doçura sorriso breve ninguém sabe cantar a canção que eu ouvia
E tudo não passava de nada era um violino a chorar no rosto de sempre do outro lado da estrada frente ao rio que vai dar ao mar
Belíssimo poema!