A PEDAGOGIA DA ADAPTAÇÃO – por António Mão de Ferro

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Há quem defenda que a educação deve proporcionar adaptação e por isso argumentam que ela deve assentar em fatores externos e impostos. Assim são veiculados modelos concretos de vida existentes na sociedade a que a pessoa pertence ou pode vir a pertencer. Esta interpretação vai no sentido de que a pedagogia da adaptação se constitui como um compromisso equilibrado entre o indivíduo e o meio em que vive.

Deste modo e uma vez formada, a pessoa estaria apta a integrar-se no mundo laboral, com a vantagem de facilmente se adaptar às diferentes situações e mais facilmente contribuir para o desenvolvimento das organizações onde se integre.

Os defensores da pedagogia da adaptação entendem que esse modelo resulta porque a maior parte das empresas de um país ou comunidade nasceram e cresceram no mesmo ambiente de negócios, sujeitas às mesmas pressões e aos mesmos problemas. Ainda que elas tenham uma linguagem própria, uma versão da sua história muitas vezes com mitos, heróis e vilões e com maneiras formais e informais de se exprimirem, é possível, apesar das suas diferenças e das suas autonomias, encontrar enormes semelhanças.

Assim a educação influirá direta ou indiretamente na comunidade de trabalho e logo nos modos de produção e nos negócios das empresas que atuam no mesmo contexto.

Mas, inconscientemente ou não, este modelo torna-se numa espécie de pedagogia do conformismo, porque acaba por condicionar o desenvolvimento do indivíduo. Este, ao seguir os conhecimentos que lhe foram veiculados, não irá além daquilo que são as condições concretas de determinados modelos de desenvolvimento.

O arsenal de conhecimentos adquiridos pode dar a ilusão aos que os adquiriram de possuírem muitas certezas e torná-los prisioneiros desses conhecimentos, que rapidamente se tornam obsoletos para as empresas que, para sobreviverem, têm que alterar constantemente as suas estratégias.

Assim a pedagogia da adaptação pode fazer com que os que se formaram não passem de idiotas, porque ao só verem as coisas de uma maneira não conseguem controlar as situações do dia-a-dia.

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