SUPERAR OS LUGARES COMUNS – por António Mão de Ferro

 Imagem1

O dia-a-dia fervilha de argumentos  cuja “veracidade” é muitas vezes corroborada pelos interesses de uma  instância. É por isso que quem vai ao Google verifica que, por exemplo, a mulher mais sexy do mundo varia conforme o órgão de comunicação. Que raio de exemplo!

Todavia apesar de se saber como tudo é manipulado, aprecia-se aquilo que se pensa ser verdadeiro, porque ao confirmar-se aquilo que se pensa, a pessoa não se sujeita a nenhum esforço de refletir sobre outra coisa ou argumentar em relação ao que é dito.

Talvez por isso e apesar de se dizer que eles são aborrecidos, pesados ou arcaicos se continuem a ouvir os fazedores de opinião, vulgarmente denominados de catedráticos, gurus ou professores, por exemplo, que têm acesso aos meios de comunicação social, apesar de quase se adivinhar o que vão dizer e aquilo que o outro da “corrente contrária” e que se lhe opõe, dirá.

A repetição de ideias tornou-se tão vulgar que é difícil alguém surpreender alguém. De tão normais, muitos já nem se dão ao trabalho de procurar analisar o seu fundamento. É assim, porque é assim! É como se a viola e os ferrinhos não existissem quando a rabeca repenica o vira vira vi!

O tempo em que uma vírgula num texto ou o silêncio mudavam as coisas parece ir longe. A vulgaridade parece estar a matar os subentendidos, as alusões, o estilo, elementos que davam “sabor” às frases e deliciavam os que as apreciavam.

Hoje o que parece chamar a atenção são os momentos ou instantes filmados e passados nas redes sociais, um indivíduo que ia num skate que se despistou e caiu. Uma locutora que num sorteio de uma competição futebolística se enganou e em vez de ler o nome de uma equipa leu o da outra. Uma cena sensual num big brother qualquer. Um indivíduo a dançar, etc. etc.

As banalidades estão a abafar as ideias mais elaboradas, e muitas vezes para se conseguir obter atenção é preciso fazer o pino. Os que dizem que quem o faz exagera, nem se apercebem de que se não o fizerem, dificilmente darão nas vistas.

As organizações precisam de investir em ideias que surpreendam os mercados. Numa altura em que parece estar a cair-se em lugares comuns, esta poderá ser uma boa altura para elas surgirem.

1 Comment

Leave a Reply to Maria de saCancel reply