Uma andorinha do Árctico
Abri as janelas do meu peito a uma andorinha do Árctico
Trazia um sonho no bico sonho que eu perdi não sei onde nem quando não sei se na vida errando não sei se dentro de ti
Vinda das auroras de frescura trazia em cada asa um poema e um abraço de ternura no cortante gume de um dilema
Abri o peito a uma andorinha do Árctico e com abraços quentes como tâmaras fundimos nosso enlace num só poema
Voam em bando mil sonhos
Voam em bando mil sonhos e ao longe morre o cantar
Por cima das areias verdes farei meus versos despertar
Não beijei o céu nem o mar…
Ao longe morre o cristal do amor estilhaçado perdida a boca ferida de um beijo que não foi dado
Sílabas claras e sonoras hão-de ter os versos que eu disser firmes de pedra não os leve o vento que o vento é uma mulher
Ilustração – Quadro de Adão Cruz