DOIS POEMAS – de Adão Cruz

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Uma andorinha do Árctico

Abri as janelas do meu peito a uma andorinha do Árctico

Trazia um sonho no bico sonho que eu perdi não sei onde nem quando não sei se na vida errando não sei se dentro de ti

Vinda das auroras de frescura trazia em cada asa um poema e um abraço de ternura no cortante gume de um dilema

Abri o peito a uma andorinha do Árctico e com abraços quentes como tâmaras fundimos nosso enlace num só poema

Voam em bando mil sonhos

Voam em bando mil sonhos e ao longe morre o cantar

Por cima das areias verdes farei meus versos despertar

Não beijei o céu nem o mar…

Ao longe morre o cristal do amor estilhaçado perdida a boca ferida de um beijo que não foi dado

Sílabas claras e sonoras hão-de ter os versos que eu disser firmes de pedra não os leve o vento que o vento é uma mulher

Ilustração – Quadro de Adão Cruz

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