Escrevo sob protesto.
Fizeram-nos a cama sem darmos por isso. Eles andam por aí. Foi concerteza na última reunião do Clube de Bildeberg que acertaram tudo.
Toda a gente sabe que somos os melhores do mundo e até usualmente temos a inspiração e patrocínio de Nossa Senhora de Fátima (assim já o garantiram autoridades insignes como Portas e Cavaco – houve tempos que até o Espírito Santo estava connosco mas parece que agora anda pelas ruas da armagura, feito romeno nos semáforos a pedir uns trocos que a coisa está difícil e já nem todos os Santos ajudam.
Portanto, a única explicação é o Céu estar distraído ou ter sido alvo de aquisição (take over em português culto) hostil, de inspiração bárbaro-germana. Senão como se justificam todos os azares e desgraças que nos bateram à porta?
Era sempre desta que ia ser e, pimba, não foi nada do prometido mas a factura que nos passam é sempre ainda maior que se tivesse sido como diziam ia ser.
A selecção nacional, os nossos heróis, os legítimos herdeiros dos egrégios descobridores de mares nunca antes navegados (O passado é história, o futuro é vitória) foram impedidos de conseguir golos nunca antes marcados.
Muito suspeita essa história da FIFA nos incluir no mesmo grupo que os boches – quando ainda nos estão a cobrar a Grande Dívida e nos têm presos pelos troikos – e os yankees – que não há como eles para serem árbritos do mundo e tudo sabem sobre armas de destruição em massa, coisa que a nós falta.
Assim, nem que a Virgem nos acudisse, para mais parece que os Gana tinham à meses um feiticeiro poderoso a deitar-nos o mau olhado.
Para mais, antes da partida, os jogadores foram recebidos por Cavaco e quer este quer Passos lhes desejaram os maiores sucessos e afirmaram estar com eles de alma e coração. Ora, sabemos todos muito bem o que isso significa e como foi assim – a pensar no nosso bem – que nos esvaziaram as carteiras e despiram da dignidade e esperança.
As forças negras uniram-se para derrotar a selecção de todos nós (mais da Sagres e da MEO e da Galp e do Continente e do BES). Não havia hipóteses.
Por isso Paulo Bento, o Valente, merece todo o nosso apoio e até agradecimento, por ter aceite, em momento tão difícil, e com verdadeiro espírito de sacrifício, levar a cabo uma missão com tantos obstáculos e tão poucos meios – que os antecessores andaram a gastar acima das suas possibilidades – tendo ainda por cima de suportar as forças de bloqueio as maledicências dos velhos do Restelo que criticam tudo e não são capazes de ver o lado positivo da crise (como o Primeiro Ministro bem sabe e nos explica).
Paulo Bento tudo afrontou e a tudo resistiu (e seguindo o exemplo passiano não se demite e vai cumprir o mandato até ao fim). A Europa, 2016, não espera.
Sim, teve um dos piores resultados de sempre mas vai continuar no mesmo caminho com a certeza que isto há-de melhorar. Sim, as acções e os resultados não correspondem às promessas mas ele, bom aluno, cumpre o memorando de entendimento com a Federação. Sim, os portugueses podem estar a sofrer com o que se passou e a criticá-lo como nunca antes mas ele sabe que tem razão. Sim, como o governo, era a equipa mais pequena de sempre mas com o maior banco de apaniguados e rede de amigos.
Por tudo isto, digo, afirmo, apregoo, Paulo Bento é o português melhor preparado para exercer o cargo de Primeiro Ministro de Portugal.
Paulo Bento a Primeiro Ministro, assina a petição, salva Portugal.