EDITORIAL – A AMEAÇA DO ÉBOLA             

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Os primeiros casos do ébola foram observados em África, na década de 1970. Logo de início houve avisos sobre a gravidade da doença, nomeadamente a elevada taxa de mortalidade entre os afectados por ela. Registaram-se vários surtos em África desde 1976, nomeadamente no Sudão e na República Democrática do Congo. Aliás, o nome dado à doença é o de um rio, o rio Ebola, um subafluente do Zaire, ou Congo, em cuja bacia hidrográfica se mantêm uma importante faixa de floresta tropical, essencial para o equilíbrio ambiental do planeta, mas aonde existem numerosas espécies animais e vegetais pouco estudadas. Pensa-se que o vírus da ébola terá origem numa variedade de morcego que aí abunda.

Entretanto, não se registaram surtos da doença noutras partes do mundo, até recentemente. Apareceram casos na Guiné Conacri, na Libéria, na Serra Leoa e também na Nigéria, países da África Ocidental. Alguns cidadãos  de outros países, ligados nomeadamente a organizações de solidariedade, também apareceram doentes. Num curto prazo de tempo faleceram quase mil pessoas, mais de metade do total dos afectados. Hoje, finalmente, a OMS – Organização Mundial de Saúde decidiu-se a declarar que a epidemia do ébola constitui uma “emergência de saúde pública de carácter mundial” e pedir uma “resposta internacional coordenada”. Propomos que vejam a notícia:

http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=4069478

É óbvio que esta decisão devia ter sido tomada há muito tempo. Entretanto, insistimos: há mais de 30 anos que eram conhecidas as características da doença, de uma enorme perigosidade. Porquê só agora a OMS se mexeu? E os governos, os potentados da indústria farmacêutica? Porquê só agora se dá importância a uma doença epidémica tão grave? Fazemos nossas as palavras de John Ashton, presidente da Faculdade de Saúde Pública da Reino Unido, no artigo “They’d find a cure if Ebola came to London”, saído em The Independent, de domingo passado, 3 de Agosto:

“… Temos de responder a esta emergência como se ela ocorresse em Kensington, Chelsea ou Westminster. E temos de “cair na realidade” no que respeita ao desenvolvimento económico.

Também temos de contrariar a falta de vontade da indústria farmacêutica em investir em tratamentos e vacinas, um assunto que rejeitam fazer porque os números implicados, no entendimento deles, são tão reduzidos que não justificam o investimento…”

Propomos também a leitura do artigo completo em:

http://www.independent.co.uk/voices/comment/theyd-find-a-cure-if-ebola-came-to-london-9644515.html

 

Obrigado ao esquerda.net

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