RESPOSTA AOS ATAQUES PESSOAIS DO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO MONTEPIO – por EUGÉNIO ROSA – PARTE I

RESPOSTA AO PRESIDENTE DO MONTEPIO E QUEM MENTE

O Dr. Tomás Correia, presidente do conselho de administração do Montepio tem multiplicado nos órgãos de comunicação social, à falta de argumentos, ataques pessoais contra mim acusando-me de eu “mentir aos associados” (ex.; Dinheiro Vivo, DN, de 19.8.2014 e outros jornais) na informação que fiz aos associados, embora depois não prove. Em relação a estas declarações do presidente do conselho de administração do Montepio quero dizer apenas o seguinte:

  1. Os dados que eu utilizei na minha informação aos associados, e que o Dr. Tomás Correia diz que as afirmações baseadas nesses dados não são verdadeiras, esses dados constam dos relatórios e contas, que são públicos, assinados pelo conselho de administração, de que ele é presidente. Os meus dados só não serão verdadeiros se os dados constantes dos relatórios e contas não forem verdadeiros. Mas esta questão cabe ao Dr. Tomás Correia esclarecer.

  2. Nos vários “confrontos verbais” que tenho tido com o Dr. Tomás Correia ao longo dos anos sobre questões de gestão do Montepio, tenho constatado que o Dr. Tomás Correia tem dificuldades em compreender e interpretar corretamente dados financeiros e contabilísticos, certamente porque a sua formação de base é de direito.

  3. O Dr. Tomás é uma pessoa estruturalmente autoritária, quando confrontado com ideias ou posições diferentes das suas, procura “quebrar” o oponente (já me ameaçou direta e pessoalmente que me ia “quebrar”), procurando intimidar utilizando o poder que advém da sua função, sente-se o “dono de todo o Montepio” e ouve-se fundamentalmente a si próprio, o que é sempre um risco para qualquer organização, pois naturalmente comete mais erros do que cometeria se ouvisse mais os outros e, nomeadamente, opiniões diferentes.

  4. Tenho sido solicitado por diversos órgãos de comunicação social para prestar declarações sobre o Montepio, o que tenho recusado pois não quero alimentar uma polémica que é sempre negativa para a reputação do Montepio que defendo. A informação que publiquei tornou-se necessária para esclarecer os associados sobre a situação do Montepio, que estava a ser objeto de controvérsia no espaço público pelos órgãos de informação. E divulguei-a para esclarecer qual era a minha posição, e para tornar claro que defendo uma gestão diferente para o Montepio, o que nunca ocultei nos órgãos sociais do Montepio em que participo.

  5. Finalmente para que os próprios associados possam concluir quem fala verdade – se sou eu ou o presidente do conselho de administração do Montepio – seguidamente apresento cópias das paginas dos relatórios e contas da Caixa Económica – Montepio Geral onde constam os dados que utilizei na minha “Informação aos associados” (como indico o número da página, qualquer associado poderá ter acesso direto a esses dados pois os relatórios e contas são públicos e estão disponíveis no “site” do Montepio em http://www.montepio.pt/iwov-resources/SitePublico/documentos/pt_PT/ institucional / assembleias-gerais /2014 /CEMG-RC-2013.pdf e http://www.montepio.pt/SitePublico/pt _PT/institucional/ grupo/sobre/informacao-financeira/relatorios-contas.page?) acompanhada por uma EXPLICAÇÂO  para os tornar mais facilmente compreensíveis.

  6. Muitos associados continuam a perguntar-me se as suas poupanças e depósitos estão seguros no Montepio. Com a informação que possuo a minha resposta é SIM (tenho poupanças na Associação Mutualista e não tenciono retirá-las). Mas é preciso que não se cometam no futuro os mesmo erros de gestão que se cometeram até aqui que tiveram ou podem vir a ter custos elevados (perdas de muitos milhões €, de que é exemplo o caso BES/GES) para o Montepio como provam os dados que se apresentam seguidamente. É esse o objetivo do meu alerta. E com o alerta que fizemos e com o apoio dos associados esperamos que uma gestão mais profissional e cuidadosa passe a existir no Montepio. Mas para isso é preciso maior atenção e fiscalização dos associados.

 

Saudações mutualistas,  Eugénio Rosa,    20.8.2014 eugeniorosa@zonmail.pt

 

Vamos apresentar cópias das páginas dos Relatórios e contas da Caixa Económica – Montepio Geral que contém os dados que utilizamos na “Informação aos associados sobre a situação do Montepio”,  que o presidente do Montepio afirmou que eu menti aos associados. E indico as páginas dos relatórios, que estão disponíveis no “site” do Montepio,  para facilitar a procura no caso de algum associado estar interessado em as consultar. Para que a interpretação dos dados seja mais fácil mesmo por aqueles que não estão familiarizados com os conceitos contabilísticos e financeiros faremos acompanhar cada quadro de uma nota explicativa.

Desta forma ficará claro para os associados quem mente: eu ou o presidente do Montepio?

I A EVOLUÇÃO DO CRÉDITO CONCEDIDO SEM GARANTIAS PELA CAIXA ECONÓMICA NO PERÍODO 2010/2013 – Cópias das páginas dos relatórios e contas da Caixa Económica- Montepio

 1 – Relatório e Contas de 2010, pág. 159- Credito sem garantias em 31.12.2010: 976,143 milhões€

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NOTA: EXPLICATIVA: Em 2010, ano anterior à aquisição do FINIBANCO, o credito sem garantias era de 976,698 milhões de euros.

 2 – Relatório e Contas de 2011, pág. 168 – ano da aquisição do FINIBANCO – credito sem garantias em 31.12.2011 : 1.625,489 milhões €

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NOTA: EXPLICATIVA: Em 2011, ano em que foi adquirido o FINIBANCO o crédito sem garantias aumentou para 1.625,4 milhões. Como no fim de 2010, o credito sem garantias atingia 976,6 milhões €, portanto, no ano de aquisição do FINIBANCO o credito sem garantias aumentou 66,4%

3 – Relatório e contas de 2013, pág. 227 – Credito sem garantias em 31.12.2013: 1.994,524 milhões €

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NOTA: EXPLICATIVA: O crédito sem garantias continuou a aumentar atingindo, no fim de 2013, 1.994,5 milhões €.

II – O crédito sem garantias é um crédito de elevado risco com mostram os dados seguintes contantes do Relatório e contas de 2012, pág. 114

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NOTA EXPLICATIVA: Para que o associado interprete corretamente os dados anteriores é preciso que saiba que IMPARIDADES são perdas (prejuízos) prováveis, mas com elevada probabilidade (fundamentada) de acontecer, em crédito concedido que depois não é pago pelo cliente. De acordo com os dados do relatório e contas das Caixa Económica de 2012, as imparidades relativas a crédito sem garantias atingiam, em 2012, 267,3 milhões €, ou seja 28,9% das imparidades totais, enquanto o crédito sem garantias representava apenas 8,9% do crédito total concedido pela Caixa Económica (16.625 milhões € – pág. 111 do Relatório e Contas de 2012). É evidente que o crédito sem garantias é um crédito de elevado risco. É por isso que referimos este crédito e a necessidade de existir uma gestão mais profissional face aos dados anteriores, o que “irrita” o presidente do Montepio.

(continua)

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