AS NOVAS REGRAS DE CÁLCULO DO PIB SEGUNDO O EUROSTAT – UMA MONTAGEM DE JÚLIO MARQUES MOTA

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Bruxelas quer que se agradeça às putas e aos toxicómanos  o bom desempenho destes “agentes económicos”  nos seus respectivos “mercados”:  quanto mais actividade tiverem mais PIB haverá , mais impostos Bruxelas irá  receber, mais os  rácios do défice e da dívida poderão descer com o PIB  a crescer,  mesmo que por estas vias!

 

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As novas regras de cálculo do PIB segundo o Eurostat

 A  União Europeia quer mais impostos para Bruxelas que são em função do PIB.  A União Europeia arranjou um belo estratagema  para aumentar o PIB, o denominador dos rácios tão atados, Estes irão pois melhorar. Por esta lógica será então que devemos agradecer às putas, não às  de Bruxelas claro está, mas a todas as putas sem excepção desta Europa e pedir-lhes que trabalhem, trabalhem, façam pois subir o PIB, é disso como função histórica que parecem ser investidas pelos tecnocratas de Bruxelas.  E tudo isto porque uma ida às putas é uma operação de mercado, uma operação de duplo consentimento, uma situação de igualdade entre quem faz um contrato!  O mesmo se passa com os consumos de  drogas e daí que a minha pergunta  se possa repetir: será que temos de agradecer aos drogados desta Europa que se continuem  a drogar e o mais possível, uma vez que é uma  actividade produtiva que faz aumentar o PIB, segundo os tecnocratas europeus? Será mesmo assim?  Mas com os diabos será que quer putas quer toxicómanos estão nestas transacções em situação de duplo consentimento? Mais que o duplo consentimento entre as partes valida seja o que for, mesmo o que a lei proíbe?

A noção de mercado dos neoliberais de Bruxelas levada pois ao extremo, a mostrar a pouca-vergonha que por esta capital da mentira existe e  desta maneira se compreende o silencio dos homens da Troika   quando em Madrid for criado o maior bordel da Europa, da empresa Las Vegas Sands Corporation, onde até é criada legislação especial quanto a trabalho, a desfavor de quem trabalha claro está, onde irão figurar na legislação  fiscal novas regras para proteger quem frequente  estes locais. Claro, aumenta o PIB de Espanha e os impostos de Bruxelas. Que mais interessa  a estes senhores? .

Coimbra, 22 de Junho de 2014

Júlio Marques Mota

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Drogas e prostituição no cálculo do PIB francês

O Instituto Nacional de estatísticas e estudos econômicos (INSEE) disse na  terça-feira, 17 de junho, que não tomará em  conta o tráfico de drogas e a prostituição nas suas estatísticas sobre a  riqueza nacional e numa parte que não afecta o cálculo do produto interno bruto. Ao fazê-lo, o  INSEE não se inclina perante as vontades de Bruxelas sobre esta matéria .

Milhares de milhões de euros em jogo

As novas normas do sistema europeu de contas (SEC), com base nas recomendações do Eurostat, o Instituto Europeu de estatísticas, recomendam que os Estados-Membros  que passem a  integrar a maioria das actividades ilegais  criadoras de  riqueza (incluindo o tráfico de drogas e prostituição) nas estatísticas nacionais. Eurostat e a SEC consideram que se trata de transacções comerciais efectuadas por mútuo acordo.

Até há pouco tempo,  a Bélgica e a Espanha anunciaram que aceitariam satisfazer a vontade de Bruxelas sobre esta matéria. A Itália foi confirmada em 22 de Maio que iria integrar no calculo do valor do PIB monetário do país as  receitas geradas do PIB provindas do mundo da droga, da prostituição, do contrabando de tabaco e de álcool (uma ‘actividade económica crimijnosa’ avaliada  em 2012 em cerca de  10,9% do PIB pelo Banco da Itália).

O Reino Unido estimou que as receitas geradas pelo tráfico de drogas e prostituição poderia aumentar o PIB nominal de 12,3  mil milhões de EUR, ligeiramente inferior a 1%.

“NÃO CONCORDA LIVREMENTE COM A TROCA”.

Enquanto os Estados têm até Setembro para se conformarem com este pedido de Bruxelas, a França informou através do INSEE , que no  seu  próximo cálculo do valor do PIB  não levaria em conta esses elementos. O INSEE, no entanto, faz um gesto de aceitação nesse sentido quanto à  droga.

“Nós integraremos [ o tráfico] para as necessidades da política europeia, em especial na determinação  do rendimento nacional bruto em Setembro”, explicou  à imprensa, na  terça-feira passada,  Eric Dubois, directeur des études et synthèses économiques do Instituto de Estatísticas de França. O rendimento nacional bruto (RNB) destina-se principalmente para determinar a contribuição da França para o orçamento da União Europeia.

“No tráfico de drogas, desde  há muito tempo que se  tem defendido o argumento de que há uma dependência e, portanto, a pessoa que toma droga não concorda livremente com a troca,” jusifié Eric Dubois.

 « uma miragem e uma ofensa  »

Quanto à prostituição, o INSEE  mostra-se ainda mais céptico face às exigências europeias.  “Tudo o que é prostituição discreta, ou seja, a prostituição  que se esconde por detrás doutras actividades, considera-se que esta já é levada em conta,  bem como a fraude fiscal  e o trabalho clandestino  que representam “cerca 4 pontos do PIB”, explicou Eric Dubois na  terça-feira.

« Há também uma prostituição de rua, e essa sim é  sobretudo o resultado de redes mafiosas e  deve ser sobretudo considerado como  tráfico de pessoas em situação irregular, etc., De imediato,  o critério de consentimento mútuo provavelmente não  é verificado», na sua opinião , levando o INSEE  a não integrar a prostituição como actividade geradora de rendimentos para o cálculo do PIB,

Actualmente as normas europeias nesta matéria são matéria de debate até no interior dos governos  nacionais

. “A prostituição não é uma actividade comercial livremente aceite. “Acreditar que esta possa ser considerada como actividade comercial livremente aceite pode ser considerado uma opção ideológica  é uma miragem e um insulto às  milhões de vítimas da exploração sexual em todo o mundo”, escreveu, numa carta dirigida à Comissão Europeia, o ministro francês dos direitos das mulheres Najat Vallaud-Belkacem e o ministro belga do Interior Joëlle Milquet.

(continua)

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