FRATERNIZAR – A JUSTIÇA INJUSTA – por Mário de Oliveira

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Até os militares – será que já vivemos em ditadura militar?! – foram chamados a transportar milhares de processos de muitos tribunais que hoje são obrigados a fechar portas, para outros tribunais situados nos grandes centros. Manifestamente, a justiça dos tribunais é uma justiça injusta. Nunca é para todos. Desde logo, porque não é gratuita. E sai cara a quem decide recorrer aos palácios da dita. Tudo está concebido pelas elites dos privilégios, e para seu próprio proveito. Nada se faz sem advogado. E advogado de renome custa caro. O que pode pagar, é o que tem razão. Advogado, bem pago, até do vilão rico, faz cidadão exemplar. E do pobre, faz um vilão. Pobre e vilão são sinónimos. Como são sinónimos, pobre e pecador. Depois, há o problema das leis. Todas são aprovadas pela elite dos privilégios e acabam sempre a funcionar como arma de arremesso contra o pequeno e o pobre. Nenhum tribunal faz justiça ao pobre. Diz-se da justiça, que é cega. Uma estátua de olhos vendados. Nunca enxerga o pobre, apesar do pobre constituir a esmagadora maioria da população, em qualquer país do mundo. De resto, a simples existência de pobres em massa é, já por si, a maior injustiça estrutural. Não são os tribunais que fazem justiça ao pobre. Seria uma contradição. Quem quiser justiça, faça como eu. Nunca recorri ao tribunal. Nem civil, nem eclesiástico. Posso ser arrastado lá por outros, mas nunca arrastei lá ninguém. As possíveis contendas resolvem-se entre os próprios. Ou acabam a fazer ainda mais vítimas. E lá onde há vítimas, não há justiça. Pensemos nisto.

 

 

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