O 1º de Maio perdeu a cor vermelha, desbotou.
Continua a haver manifestações, slogans e bandeiras vermelhas. Mas falta-lhe força, fulgor.
Claro, os sindicatos não são revolucionários, não é de esperar que o sejam quando procuram maximizar benefícios para os seus associados. Mas renderam-se, com demasiada facilidade, à aceitação da precaridade e subcondições para os novos em troca da manutenção de algumas garantias para os antigos.
O mundo está perigoso para quem entra – ou quer entrar, que o bloqueio é tal que muitos nem isso conseguem mesmo aceitando quaisquer condições – no mercado de trabalho. Raio de mercado que nem trabalho tem.
O retrocesso nas relações de trabalho é imenso, mas o primeiro-ministro diz que o que é necessário é baixar os custos do trabalho, como se os salários não estivessem a descer abaixo do humano – exploração é uma palavra que volta a ser necessária.
Também aqui é preciso outra esquerda, outra forma de pensar e agir.
Para que maio volte a avermelhar.