De uma análise do Fórum Económico Mundial resulta o Índice Global de Diferença de Géneros, que analisou 145 países. Pretende-se ver quais as disparidades entre homens e mulheres e acompanhar o seu progresso. Para isso comparam-se quatro aspectos diferentes: salários e oportunidades de carreira, nível de educação, saúde e sobrevivência e poderes políticos. De realçar que é ao nível da política que Portugal apresenta os piores resultados. Já na saúde e na educação, as portuguesas recebem um tratamento igual ao dos homens.
É a Islândia o país que ocupa o primeiro lugar da tabela, seguindo-se a Noruega, Finlândia, Suécia e Irlanda. A Alemanha encontra-se em 11.º lugar, França em 15.º, o Reino Unido em 18.º, a Espanha em 25.º e os EUA em 28.º. Portugal encontra-se em 39.º lugar da lista.
Dos 145 países analisados, existem 25 onde há igualdade de tratamento de géneros no que diz respeito à educação e 40 onde os valores relativos à saúde também são iguais.
Na análise anterior, decorria o ano de 2006, só tinham sido analisados 115 países, Portugal ocupava a 33.ª posição.
Mais se ficou a saber: as mulheres recebem hoje em dia salários que, em média, equivalem ao que os homens ganhavam há uma década atrás.
A completar estas informações, o International Social Survey Programme que inquiriu a população no que diz respeito a família, trabalho e papéis de género”, foi apresentado na Universidade de Lisboa por investigadora Karin Wall e indicou que as mulheres ainda passam mais do dobro do tempo em tarefas domésticas do que os homens. Eles gastam oito horas por semana em “tarefas domésticas”, como passar a ferro ou fazer refeições, elas 21. Quanto aos chamados “cuidados a familiares”, com os filhos à cabeça, eles despendem 9 horas por semana, elas 17.
Outra ligação pode ser feita com o estudo do Comité sobre Eliminação da Discriminação contra as Mulheres, Organização das Nações Unidas que chamou a atenção para o facto de, actualmente, a taxa de desemprego nas mulheres ainda continuar a ser particularmente elevada, alertando para o impacto negativo da austeridade nas mulheres portuguesas.