CRÓNICAS DO QUOTIDIANO – QUE MISERICÓRDIA, A DA CÚRIA E DO PAPA? – por Mário de Oliveira

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Em verdade, em verdade vos digo: Não há Misericórdia que faça explodir de vez a Cúria romana. O Jubileu iniciado esta semana em Roma é diversão turística de mau gosto, à semelhança dos jogos de futebol dos milhões. Dá muito dinheiro a ganhar ao Vaticano e à Itália das máfias, as quais têm por pai a Cúria romana, a máfia das máfias. Como não dispõe de futebol dos milhões, o Vaticano recorre a bizarros espectáculos como este, para obter mais dinheiro sujo. Todo o dinheiro sujo do mundo católico vai desaguar no Vaticano, via santuários marianos espalhados pelas nações, cujos povos, criminosamente mantidos em estado infantil, por isso, tolhidos de ancestrais medos, correm a frequentá-los, na ilusão de que as imagens das nossas senhoras, das santas, dos santos, lhes resolvem os problemas com que se vêem atormentados. Tão atormentados, que nem vêem que vão por lã e regressam tosquiados aos seus tugúrios onde nascem, crescem, subvivem e morrem. Nos antípodas dos grandes palácios dos papas e dos grandes ricos, das grandes basílicas, catedrais, santuários. O ritual de abertura do Jubileu, difundido urbi et orbi, à cidade e ao mundo, pelos grandes media, propriedade dos grandes financeiros, é coisa da idade média e só por isso é difundido. Com Francisco, esteve também Bento XVI, o segundo na hierarquia eclesiástica, por isso o primeiro, depois do papa, a passar pela “porta santa” acabada de abrir. Seguiram-se os cardeais, também por ordem de precedência, um obsceno desfile de vaidades clericais. Temos assim mais um papa, no caso, Francisco, especialista em abrir portas santas, para que o dinheiro sujo entre e saia lavado do Vaticano. Parte-se-me o coração, ao ter de escrever-dizer isto. Mas é o cristianismo, estúpidos, é o cristianismo! Quando decidimos expulsá-lo das nossas vidas e praticamos a Misericórdia política de Jesus, geradora de uma sociedade plena e integralmente humana?! Saibam que a da Cúria e do papa é pornografia antropológica-teológica, que reduz os seus praticantes a fariseus.

11 Dezembro 2015

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