“OS MEDIA E A CRISE DOS REFUGIADOS”, SUGESTÕES PARA TRABALHO COM ALUNOS por clara castilho

O Sem­i­nário Per­ma­nente de Edu­cação para os Media, do Cen­tro de Estu­dos de Comu­ni­cação e Sociedade da Uni­ver­si­dade do Minho, com este Manual, ofer­e­ce pis­tas e fer­ra­men­tas para um posi­ciona­mento crítico e esclare­cido sobre a crise dos refu­gia­dos.

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Manuel Pinto, Sara Pereira e Maria José Brites, coor­de­nadores da pub­li­cação, expli­cam na intro­dução que a Agenda reúne 29 pro­postas de activi­dades, na sua maio­ria ded­i­cadas a cri­anças e jovens. E dizem-nos:

“É pelos media que temos acesso a informação relevante sobre o mundo. O problema da crise dos refugiados, que parece novo porque nos bateu em cheio à nossa porta, não foge à regra. Nesse sentido, os media são e serão imprescindíveis.

Temos hoje acesso a uma evidente quantidade e aparente diversidade de informações. A Internet e as redes sociais possibilitam o acesso a um grande número de fontes, ainda que de valia variável.

Mas é inquestionável que a informação que nos chega procede esmagadoramente de agências e de meios que vêem o mundo a partir de determinados ângulos: do seu lugar geográfico, que condiciona, como sabemos, a relevância das matérias escolhidas; das fontes a que os media têm mais facilmente acesso ou daquelas que se organizam para fazer valer determinados pontos de vista e interpretações sobre a realidade junto dos media; e, naturalmente, das estratégias e interesses dos grandes grupos mediáticos que detêm e controlam os media.

Por exemplo, constata-se que as televisões, rádios e jornais focam muito mais o problema humanitário dos refugiados e os impactos que eles provocam em diferentes regiões da Europa do que a complexa e dramática situação da gigantesca ‘máquina que produz refugiados’ que, em certos aspectos, a própria Europa alimenta.

Apesar de tudo, os media não são todos iguais. Em muitos deles, há profissionais que procuram fazer um trabalho de qualidade. E através das redes sociais temos, com alguma frequência, acesso a dados que repercutem os grandes órgãos de informação ou dão visibilidade a vozes e visões alternativas.

Porém, tudo somado, não podemos estar seguros de ter, à partida, acesso a informação relevante, rigorosa e completa sobre uma matéria tão complexa e delicada como a que está por detrás da crise dos refugidos. Isso exige procura em fontes diversas, trabalho comparativo, análise crítica, acompanhamento atento, debate.

O Seminário Permanente de Educação para os Media, que tem funcionado no quadro do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho procura, com esta Agenda de Atividades, proporcionar algumas pistas e ferramentas para esse posicionamento crítico e esclarecido. Para isso, contou com contributos de diversos quadrantes, que corresponderam ao desafio que lhes foi lançado.

…. Não pretendendo ser um receituário, este conjunto de propostas pretende inspirar todos aqueles que pretendam compreender melhor, ou ensinar a compreender melhor, as circunstâncias, causas e caraterísticas da movimentação de centenas de milhar de pessoas oriundas da Síria, e em geral do Médio Oriente, assim como de África. Tendo como propósito a Educação para os Media, pretende-se promover a análise do modo como esta crise tem sido coberta pelos media: os aspetos que mais salientam, as imagens que publicam, os sons que propagam, os problemas que (não) explicam, as histórias que (não) apresentam, bem como as zonas de silêncio e de nebulosidade que nos podem impedir de ver e de ler melhor o mundo em que vivemos.”

Manuel Pinto, Sara Pereira e Maria José Brites

 

FICHA TÉCNICA | Os Media e a Crise dos Refugiados

Organização: Manuel Pinto, Sara Pereira, Maria José Brites

Edição: Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS), Universidade do Minho

Data: dezembro de 2015 .. ISBN: 978-989-8600-47-9

Design: www.hifiprint.pt

 

http://www.lasics.uminho.pt/ojs/index.php/cecs_ebooks/issue/view/184

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