Um vastíssimo número de obras de arte que surgiram em cerca de meados do século XX, mudaram o modus operandi de inúmeros artistas. Genericamente, poderá dizer-se que se substituiu a mão pela mente. O pensar tornou-se arte. Assim, paulatinamente, essa noção foi conquistando um grande número de adeptos. Diferente de uma atitude estridente e proclamatória das vanguardas do início do século XX, este movimento instalou-se definitivamente nos processos criativos actuais. Processos que tendem para a multidisciplinaridade, englobando diversos media. Se podemos considerar Picasso na origem da grande revolução na linguagem da pintura e da escultura, devemos, como muitos artistas o fazem, reconhecer em Marcel Duchamp a origem do que mais tarde passará a designar-se por Conceptualismo. Esta é a segunda sessão de um ciclo de quatro conferências organizado por Sílvia Chicó. Seguem-se: |
Durante o mês de Fevereiro, vamos abordar o retrato de maneiras muito diferentes. A começar com a fotografia e acabando com textos, passando pela foto-novela e pela modelagem.
«Como os retratos se alteram! Como eles se complicam! Como eles mudam e nos mudam! Como eles vão perdendo ou recuperando a nitidez do perfil, o rigor anatómico, o respeito pelas aparências! Se no Marat, de David, o zelo da verdade objectiva é evidente, na Grande Odalisca de Ingres, toda a gente se apressa a apontar algumas vértebras a mais. Na Condessa d’Haussonville ou no Banho Turco, feito no entanto aos oitenta anos, uma sensualidade manifesta ri-se de toda a anatomia. Ingres arredonda, insiste, sublinha o objecto do seu prazer. Nas tantas cabeças da mulher de Cézanne, cada uma mais sugestiva que as outras todas, é o jogo dos planos geométricos que conta. Matisse dispensa os olhos, o nariz e a boca da Jovem Inglesa para nos dar toda a sua adolescente graciosidade. O público procura com dificuldade os contornos do corpo de Vollard no célebre retrato de Picasso e verifica, atónito, a distorção do rosto de Jaime Sabartès. Depois, é a cabeça de Ana D. que se esfuma na arquitectura brandamente colorida de Villon. E, numa patética composição de Hartung, onde não há naturalmente a menor alusão à configuração física dum homem, estou certo que é ainda de retrato que se trata.» Mário Dionísio // 7 de Fevereiro // 14 de Fevereiro // 21 de Fevereiro // 28 de Fevereiro Para todos a partir dos 6 anos. Máximo de participantes: 10. |
Ao fim da tarde, pelas 18h30, continua a leitura comentada, com projecção de imagens, de A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio. Vamos na 3ª parte, «Os primeiros pintores malditos». Quem lê o 3º capítulo, «Um prato com maçãs ou a virgindade do mundo», é Zuleide de Medeiros Martins.
Mais tarde, às 21h30, inserido no ciclo «Rupturas no cinema», projectamos o filme La chienne (1931, 91’) de Jean Renoir, apresentado por Francisco Frazão. «O que a arte moderna nos mostra na sua acidentada evolução é o desaparecimento do assunto ou apenas uma deslocação, aliás profunda, do conceito de assunto? É verdade que a arte dos últimos oitenta anos deixou progressivamente de narrar. Mas terá ela deixado de dizer? Haverá arte que não diga?». Mário Dionísio, na conferência Conflito e unidade da arte contemporânea, falava das artes plásticas. E no cinema? Também foi esse o caminho? Propomos, para estes três meses, um percurso pela história do cinema (bastante mais curta que a da pintura ou da escultura) que tenta mostrar filmes que representam rupturas, avanços ou mudanças, sejam técnicas ou estéticas. Não seria possível pretender ser exaustivo num tema destes. Por um lado, o cinema evoluiu de forma célere ao sabor dos avanços da técnica, mas também e muito das mudanças nas sociedades, nas políticas, nas vidas. |
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